Com certeza, já nos demos conta de como é gratificante o lazer.
As tantas atividades profissionais, de estudo ou domésticas, das quais não podemos nos esquivar, nos tomam as horas diárias.
Mas, não há quem de nós não consiga reservar alguns minutos para um cafezinho, um lanche breve, uma olhadela pela janela para descansar os olhos no azul do céu.
São momentos breves, que suavizam a rotina e nos recompõem as energias.
As leis trabalhistas do nosso país estabelecem que o empregado deva gozar férias, a cada período anual trabalhado. Também prescreve o descanso semanal.
Se compulsarmos a lei mosaica, verificaremos que se reporta ao Dia do Senhor, reservado ao repouso. Dia em que tarefa alguma deveria ser realizada.
Os Evangelhos, por sua vez, nos dizem que Jesus, após as atividades diárias com as pregações, as curas, os tantos atendimentos ao povo sofrido que O buscava, retirava-se para orar. No silêncio, dialogava com o Pai, refazendo-se pela oração.
As tradições espirituais informam que os Espíritos, igualmente, têm seus momentos de repouso. Naturalmente que, para eles, esse repouso é traduzido pela realização de uma tarefa diferente.
Por vezes, uma visita a planos mais elevados para reencontro com almas afins, que comungam dos mesmos nobres ideais.
Como o amor é imortal, os que viveram juntos experiências na carne, programam periódicos reencontros espirituais.
Nesses encontros fruem de inusitadas alegrias e retornam para seus labores, posteriormente, dedicados e refeitos.
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Habitualmente, no início do ano, consultamos o calendário e assinalamos todos os feriados.
Principalmente, os feriadões, aqueles em que poderemos ter três, quatro dias de folga.
E, logo, começamos a nos programar. Para onde iremos? Com quem iremos? Como iremos?
Em verdade, os meses e semanas que antecedem esses dias são tomados por muitos preparativos: pesquisa de melhores preços de passagens, reservas de hotéis, compra de roupas apropriadas para a localidade que visitaremos...
Enfim, um rol enorme de providências que nos desgastam. Por vezes, se nossa viagem é para o Exterior, alguns de nós pretendemos conhecer vários países em um tempo curto. Para aproveitar, dizemos.
O que acaba acontecendo é uma grande correria, com subidas e descidas de ônibus, com visitas a museus, a praças, monumentos, tudo às pressas. Desejamos ver tudo e um tanto mais.
No final, retornamos exaustos. Às vezes, chegamos a ficar irritados, por causa do desgaste físico.
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Raciocinemos um pouco. Programemos com calma nossas viagens, nossos passeios. Lembremos que, acima de tudo, isso nos deve constituir lazer, dar prazer.
Programemos tudo com mais calma. Aprendamos a correr menos e ver mais, usufruir momentos, situações.
Permitamo-nos sentir o prazer de respirar o ar marinho, de passeios pela orla, de banhos de sol a horas próprias.
Deixemo-nos extasiar pela beleza dos jardins, a arte da pintura, da música, da arquitetura.
Tudo com calma, com tempo, para gozar em plenitude as nossas folgas do trabalho profissional. Para retornarmos tranquilos, prontos para enfrentar mais alguns meses de atividades intensas.
Façamos do nosso lazer momentos de rara alegria de viver.
Permitamo-nos sentir o refazimento penetrar nossas veias, higienizar nossas ideias e renovar nossas energias.
Servirmo-nos do lazer com sabedoria faz parte da ciência de bem viver.
Redação do Momento Espírita.
Em 6.5.2015.
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