Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Um Artista de imaginação delirante

Você já observou, alguma vez, um caracol, andando com sua casa às costas?  A concha, em verdade, lhe abriga os órgãos e é uma proteção extra contra a desidratação e os predadores.

Em condições adversas, o caracol recolhe o pé e a cabeça para dentro dela. Sela a abertura com um muco espesso, podendo se colar a superfícies. Por isso, os encontramos presos a troncos, folhas ou muros.

O caracol é um dos moluscos mais comuns. Contudo, existem muitas espécies que, calcula-se, vivam no mar há cerca de quinhentos e cinquenta milhões de anos.

O que encanta, em verdade, nessas criaturas de corpo mole, é exatamente a sua proteção, a concha calcária.

Existem colecionadores que pagam fortunas por algumas dessas preciosidades. As formas, as cores, o brilho são inigualáveis.

A superfície das denominadas conchas cipreias, por exemplo, levou os navegadores portugueses, que as encontravam, de forma abundante, na costa africana, a pensar que era a partir delas que os chineses fabricavam a porcelana. Daí, o seu nome popular de porcelanas.

Uma variação dessa espécie foi definida por um estudioso como uma obra de arte somente concebida por um artista de imaginação delirante. Ela traz, no dorso, um padrão que faz lembrar um delicado mosaico duma antiga civilização, ao qual se sobrepõem misteriosas manchas escuras.

Apresenta, ainda, um mosaico de ladrilhos menores e mais esparsos. Finalmente, a base mostra pintas escuras num fundo quase branco, semelhantes ao que se vê na zona do ventre de muitos felinos, como o leopardo e o jaguar.

Nativa do Oceano Índico, existe também na Austrália e o seu tamanho varia entre dois a oito centímetros.

Existem ainda as conchas em forma de cone, que incluem centenas de espécies distribuídas por todo o mundo. Coloridas por fora, têm o interior raiado de madrepérola.

Maravilhas infindáveis da natureza!

Conchas caprichosas com imagens em alto relevo, que representam um rosto que parece ser de uma mulher, ou a que se assemelha a uma imagem de Cristo, alcançam, no mercado, o valor de até três milhões de euros.

O homem pode tomar dessas belezas e as polir, enaltecendo ainda mais o seu aspecto.

Contudo, as mais de cinquenta mil espécies existentes apresentam sutilezas, detalhes únicos, que extasiam os colecionadores e os fazem desejá-las.

Muitos homens se dedicam a encontrá-las, recolhê-las, classificá-las, estudá-las. Alguns, pelo puro prazer de decifrar e admirar os mistérios da natureza. Outros, pelo valor que podem adquirir no mercado.

E existem aqueles que, admirando tais belezas somente recordam do Artista de imaginação delirante. E erguem louvores ao Senhor da Vida. A Quem idealizou tudo isso, inesgotável em Sua Criação.

Esses cogitam que, enquanto o homem dorme, Deus esculpe arabescos nas conchas e inventa novas cores para as enfeitar.

Em oração, exclamam: Senhor Deus, Pai dos céus e de toda a Terra. Ajuda-nos a entender a Tua grandeza. Permite-nos agradecer a riqueza que nos ofereces, a oportunidade do estudo e o prazer do descobrimento.

Afinal, neste dia que apenas desponta, que maiores maravilhas ainda nos reservas? O que fizestes, Senhor dos mares, enquanto nós dormíamos?

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP.
Em 16.5.2023.

 

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