Normalmente, nossas relações humanas são trocas emocionais, onde cada um oferece aquilo de que dispõe na sua intimidade.
Nenhum de nós pode oferecer aquilo que ainda não possui, o que caracteriza as nossas relações serem do tamanho de nosso mundo interior.
Algumas vezes, quando adultos, analisamos nossa relação com nossos pais e pensamos que eles podiam ter agido de forma diversa.
Criticamos algumas ações, condenamos outras, pensamos que eles poderiam ter acertado se tivessem agido dessa ou daquela forma.
Esquecemos, habitualmente, nessa nossa análise, de que podem não ter feito o que idealizamos, mas deram do seu melhor.
Ao lhes analisar a conduta, passados os anos, os avaliamos com os nossos valores, com as nossas capacidades.
Não raro, esse julgar se traduz em mágoa, quando não tristeza, porque desejávamos que eles tivessem sido mais compreensivos, mais esclarecidos, tivessem errado menos conosco.
Porém, não levamos em conta as condições, as capacidades e valores que eles dispunham à época.
Importante que tenhamos essa compreensão para que não fiquemos a alimentar mágoas, em vez de gratidão.
Da mesma forma, com nossos amigos. Tantas vezes, relações de amizade, cultivadas por longos anos e alimentadas pela afetividade, sofrem rupturas ou cisões definitivas frente a uma atitude que magoa.
Trocamos a possibilidade da convivência, das permutas emocionais agradáveis, que sempre existiram, permitindo que, nesse mesmo espaço, a mágoa se instale.
Esquecemos de que todos temos falhas e que, em alguns momentos, agimos de forma equivocada, sem pesar atitudes, intempestivamente.
Por isso, a compreensão se faz o remédio para curar a mágoa, para superar a divergência, para refazer laços saudáveis de amizade.
Algumas vezes, no ambiente de trabalho, colegas nos decepcionam, nos magoam com suas atitudes.
São pessoas de nossa relação diária, do convívio que as lides do trabalho nos impõem e que, em situações decisivas, tomam atitudes mesquinhas, egoístas.
Importante que pensemos o que os fizeram agir dessa forma, os valores que os dirigem.
Pode ser não sejam criaturas amadurecidas e que acreditam que a meta a alcançar é mais relevante do que o caminho que escolhem para trilhar.
Com tais conceitos, não medem consequências, deixando por onde passam a pobreza de seus ideais, e mesmo a vileza de seus sentimentos.
Para tais situações é imprescindível a compreensão de que essas pessoas têm como guias valores proporcionais à sua capacidade de ver o mundo.
Talvez não sejam merecedores da nossa confiança irrestrita. Entretanto, ao compreendermos suas limitações, entendendo que oferecem tão pouco, porque pouco dispõem em valores morais, não permitamos que a mágoa se instale em nós, perturbando-nos.
Em um momento ou outro, dessa ou daquela forma, é possível que também magoemos alguém.
Por tudo isso, a compreensão será sempre a melhor opção a transformar as nossas relações, sejam familiares, de amizade ou de simples coleguismo em possibilidades de crescimento e aprendizado.
Tenhamos isso em mente.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.3.2015.
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