Feliz e curioso, o menino, de pouco mais de sete anos, aproximou-se da mãe e começou a lhe falar a respeito de todos os indescritíveis brinquedos que um dos seus coleguinhas costumava levar para a escola.
Narrou, com os olhos brilhantes, sobre o automóvel maravilhoso que buscara o garoto na saída da escola, no dia anterior.
Nitidamente fascinado pela riqueza do colega, comentou, entre uma observação e outra, como deveria ser fantástico ter tanto dinheiro.
A mãe sorriu e deixou-o relatar tudo que desejava.
Depois que ele silenciou, olhando um pouco desanimado para o velho carrinho de controle remoto, que tinha em mãos, o abraçou:
Você gostaria de ter muito dinheiro, meu filho?
Mais do que depressa ele respondeu:
É claro. Imagine só, quanta coisa legal eu poderia comprar para mim, para você e para o papai.
A animação do pequeno era evidente.
A mãe lhe afagou os cabelos cor de mel e beijando-lhe a face corada, disse:
Meu bem, o dinheiro é necessário, sem dúvida, para que consigamos ter recursos para nos manter no mundo de uma forma confortável e digna.
Porém, todos os produtos que você agora pensa que seriam maravilhosos em nossa casa, em nossas vidas, na verdade são dispensáveis.
Até hoje vivemos sem eles e, em momento algum, nos fizeram realmente falta.
Mas, resmungou o pequeno, você não gostaria de ter um carro como aquele que o avô do meu amigo usou para buscá-lo na escola ontem?
Não, meu querido. – Respondeu a mãe, sorrindo. – A minha felicidade não depende disso.
Como o desapontamento do garoto era visível, a mãe continuou:
Diga, meu filho: você já viu em algum mercado um setor onde estejam expostos amigos para se comprar?
Amigos? É claro que não.
E família? Você já viu família para se comprar, em alguma loja?
O menino apenas negou, balançando a cabeça.
Pois bem, meu querido, as coisas mais valiosas da vida, como família, amizade, amor, saúde, alegria, paz, fé, não se compram em parte alguma.
Não se compram, nem se vendem, porque não há dinheiro no mundo capaz de pagar por tais tesouros.
O dinheiro não é, por si só, nem bom nem mau. É a forma como é utilizado que faz toda a diferença.
Se o usamos apenas para adquirir bens para alegrar nossos olhos, por curto espaço de tempo, ou para satisfazer nosso orgulho, estamos utilizando-o de forma equivocada.
Mas, se os nossos recursos financeiros servem como meio de manter dignamente uma família, proporcionar estudo e conhecimento para quem busca aprender, ou servem de instrumento de promoção e desenvolvimento da comunidade, então, ele pode ser considerado uma fonte de riqueza e de alegria.
Não me importam as riquezas materiais que qualquer pessoa esteja acumulando.
O que me importa, meu amor, é que você entenda que os verdadeiros valores da vida não podem ser comprados com as moedas dos homens.
O menino concordou, balançando afirmativamente a cabeça, enquanto pensava em silêncio que aquele carinho que recebia da mão macia de sua mãe era mais valioso do que qualquer brinquedo que ele já vira ou ouvira falar.
Redação do Momento Espírita.
Em 5.3.2015.
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