Caminhar pela existência terrena é encontrar dificuldades, atribulações, dias difíceis e tentadores.
Tal como a escola sem desafios e feita somente de diversão e recreio perderia seu propósito, também a vida perderia sua proposta de aprendizado e crescimento se assim não fosse.
Essas situações se constituem, ao mesmo tempo, em desafios existenciais e convites ao aprendizado.
Cabe a cada um de nós perceber a riqueza de oportunidades que a vida nos oferece, mesmo que, muitas vezes, sob o jugo das dificuldades ou das dores.
O parente difícil, arrogante ou desrespeitoso pode ser o fomentador de nosso desequilíbrio, o causador de tensões familiares e contendas intermináveis.
Ou podemos considerá-lo como o convite da vida para estendermos um pouco mais os limites de nossa paciência, ampliar nosso olhar de compreensão sobre suas limitações. Uma mesma situação, duas maneiras de ver.
A doença que nos chega repentina e avassaladora, redirecionando caminhos, limitando planos, pode ser vista como chamamento para a reflexão, para a modificação de valores e de postura perante a vida.
Da mesma forma, pode conduzir-nos à depressão, ao desânimo, à falência da fé.
A mesma ocorrência, caminhos distintos a serem tomados.
As dificuldades financeiras, a necessidade de esforço intenso para determinadas conquistas, os obstáculos frequentes para alcançar o que sonhamos pode ser um desestímulo, um convite ao abandono dos sonhos.
Porém, pode também se constituir em fonte de aprendizado e valorização das conquistas alcançadas.
Assim é feita nossa existência: de grandes e pequenos desafios. Simples atrapalhos e imensas dificuldades a enfrentar.
Cada um deles representa um convite que a vida nos faz.
E sempre caberá a nós a opção de como agir diante desses convites.
Não há no mundo quem não os tenha recebido.
Madre Tereza, no início de seu apostolado, era apenas uma desconhecida freira católica a pedir comida para os esfomeados da sua Calcutá, na Índia.
Foi Prêmio Nobel da Paz, paz que semeou pelo mundo das dores e das necessidades.
Francisco Cândido Xavier era um simples funcionário público, pouco escolarizado, a dialogar com os Espíritos e atender as dores do povo, no pequeno burgo de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais.
Tornou-se a mais aprimorada antena psíquica que a Terra já recebeu.
Marie Curie, a grande mulher das ciências modernas, era apenas uma desconhecida imigrante polonesa, na Paris do século XIX, tentando estudar e sobreviver.
Foi Prêmio Nobel por duas vezes e ofereceu ao mundo as suas descobertas, amenizando dores dos seus irmãos em humanidade.
Nenhuma dessas conquistas foi simples ou fácil. Nenhum desses sonhos foi alcançado sem grandes esforços e renúncias.
Porém, essas pessoas optaram por enfrentar os problemas, dificuldades e limitações pessoais, da melhor forma que lhes foi possível.
* * *
Somos o resultado das opções que fazemos.
Assim, se percebermos que algo há a melhorar, utilizemos o tempo de que ainda dispomos para isso.
Se concluirmos que os caminhos pelos quais transitamos não são os mais adequados, retifiquemos os próprios passos.
Teremos sempre a chance de corrigir nossos planos, reformular opções, refazer a estrada em algum ponto em que nos equivocamos.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 21.2.2015.
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