Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O tempo do coração

Quantos dias são necessários para se construir uma amizade?

Em quantos anos se consolida um grande amor?

Muitas vezes imaginamos que tudo podemos cronometrar, que o tempo é um só.

Temos a ilusão de que o tempo marcado pelo relógio pode dar conta de todas as coisas da vida.

É verdade que os segundos, formando minutos e compondo as horas são o cronômetro de nossas horas de trabalho, a referência de nossos encontros, a contagem do iniciar e acabar de nossos compromissos.

Porém, quando a contagem fica por conta do coração, o tempo ganha outra dimensão, e os segundos pouco significado trazem.

Quanto tempo é suficiente para se ficar ao lado de quem se ama?

Qual a duração do tempo, quando no convívio de amigos e almas queridas a nos encherem de alegria?

Por outro lado, por que as horas se fazem tão lentas nas dificuldades, dores e problemas?

Percebemos assim que o tempo de nossa intimidade não se mede com os cronômetros frios e impassíveis.

Para as coisas do coração, é necessário o tempo das emoções, e para este, não há relógio ou cronômetro capaz de cronometrá-lo.

Nestes dias de imediatismo intenso, de velocidades medidas pelo suceder de mensagens eletrônicas e postagens de imagens e textos na internet, muitos nos confundimos em nossas emoções.

Achamos que o grande amor acontecerá rapidamente, que as amizades se consolidarão de imediato, que sentimentos que desejamos em nossa intimidade brotarão na velocidade de alguns cliques.

Esquecemos que o mundo apenas conseguiu acelerar as velocidades da comunicação, da troca de informação, dos contatos intercontinentais.

Porém, nosso coração continua a processar emoções do mesmo modo que o fez com o homem na Grécia antiga, na Idade Média, no Iluminismo.

Para se ter um grande amor, é necessário o seu próprio tempo.

Para que uma grande amizade se consolide, faz-se fundamental dar a ela o seu tempo.

Porém não esse tempo dos segundos, do relógio.

É necessário o tempo da construção das emoções. Do investimento e da consolidação dos sentimentos, que se faz no seu próprio e incontornável tempo.

Na ansiedade de se ter tudo de imediato, muitos abandonam relacionamentos, desiludidos, achando que esses deveriam se fazer fáceis, sem muitos esforços.

Tantos desistem de aprofundar sentimentos porque esses não respondem e não se desenvolvem nas mesmas velocidades imediatas do mundo externo.

E assim procedendo, abrem mão da preciosa oportunidade das conquistas de novas paragens nos campos da emoção.

Grandes amores, amizades consolidadas se fazem e se constroem sob a sombra dos embates, das renúncias, da dedicação, da abnegação e da solidariedade.

E esses sentimentos nobres são colecionados na esteira do tempo, através das experiências e das oportunidades.

Enquanto não nos permitirmos isso, teremos na nossa intimidade apenas vaga ideia, e um idealismo distante dos grandes sentimentos capazes de preencher nossa alma.

Pensemos nisso e invistamos no tempo do coração.

Redação do Momento Espírita.
Em 2.2.2015.

 

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