Ela tem apenas seis anos e brinca em seu quarto. Os pais a podem ouvir, falando com seus bichinhos de pelúcia, em doce fantasia.
Então, eles se concentram em fazer contas, revendo o orçamento. Pela décima vez refazem tudo e descobrem que sobram dias no seu mês de salário. Vai ser difícil, concluem.
De repente, se dão conta de que não ouvem mais a voz da menina. Verificam que ela não está no quarto, nem na sala, nem na cozinha.
Olham para fora. A noite escura envolve o terreno que vai até o portão, lá na frente.
No meio da escuridão, eles descobrem o vulto pequeno, retornando de algum lugar. É a garota, sozinha. Ela calçara os sapatos da mãe, e fora até a caixa do correio colocar uma carta para o papai e a mamãe.
Quando os pais lhe perguntam por que saiu, à noite, no escuro, ela responde com um sorriso de quem venceu o medo e realizou uma proeza:
Tem carta para o papi e a mami, lá na caixa!
A garota deixou de lado seus brinquedos, tomou o lápis e, em uma folha de papel, desenhou umas flores coloridas e escreveu uma frase: Eu amo o papi e a mami.
Teve o cuidado de colocar o papel dentro de um envelope, endereçar e enfrentar a noite de breu, para colocar a surpresa na caixa do correio.
Um impulso de amor! Um gesto de ternura! A espontaneidade do momento!
Tudo isso valeu para que os pais esquecessem das contas, das dificuldades a vencer até o final do mês, do jogo de cintura que teriam que realizar para conseguir saldar o que fosse mais urgente e abraçassem o seu tesouro, sentindo-se plenamente felizes.
O que quer que tivessem que enfrentar, valeria a pena porque aquela criança, sua filha, lhes devolvia todo esforço centuplicado em uma declaração de amor.
Era como receber a mensagem de um anjo pedindo confiança e lhes renovando as disposições de bom ânimo.
* * *
Quantas vezes você já deteve a sua vontade de dizer para o seu amor que o ama? Que é muito feliz por ele ou ela estar ao seu lado?
Quantas vezes sua mão chegou próximo dos cabelos da pessoa amada e você não concretizou o gesto de carinho?
Quantas vezes pensou em telefonar e desistiu, com a preocupação de parecer tolo ao dizer: Liguei só para dizer que você me faz feliz?
Você já pensou em como qualquer um desses pequeninos, mas importantes gestos, teria tornado o dia do outro muito mais alegre?
* * *
Seja espontâneo em suas manifestações de amor. Nunca deixe para mais tarde o que o coração lhe sugere.
Abrace. Mande flores. Escreva um bilhete. Telefone. Surpreenda.
Não economize carinho, ternura, afeição. Não se preocupe em reservá-los para dias especiais. Quanto mais utilizados, ofertados, mais eles se multiplicam, trazendo enriquecimento nas relações humanas.
Redação do Momento Espírita, com base em fato.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 29 e no
livro Momento Espírita, v. 4, ed. FEP.
Em 22.3.2016.
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