O dicionário nos ensina que ladrão é aquele que se apossa de coisas alheias, aquele que toma do que a outrem pertence e nunca mais devolve.
Tais objetos serão para seu usufruto ou para comércio a terceiros, transformando o furto em moeda viva para si mesmo.
Com esses conceitos, denominamos ladrão a quem adentra nosso lar, ou nos aborda na rua e leva nossos bens. Também o que se serve da máquina pública, dos bens comuns, para seu único e exclusivo benefício.
Aquele que desvia para si verbas direcionadas para a escola, o hospital, o posto de saúde. Esse, além de ser o usurpador do que tem destino e objetivo certos, se transforma, ainda, em criador de muitos problemas.
Isso porque a verba que não chegará a esses locais, impedirá que a escola seja reformada, ampliada, melhorada para que cumpra melhor seu papel na comunidade.
O hospital deixará de ter a sua Unidade de Terapia Intensiva, ou mais leitos, a sala de cirurgia adequada, e vidas poderão perecer.
O posto de saúde não disporá das condições mínimas para que os que o busquem sejam dignamente atendidos.
Isso significa dizer que além do furto, se acrescentam delitos de maior gravidade.
No entanto, existem outros tantos tipos de furtos. Talvez, habitualmente, pensemos que não. Mas, toda vez que nos apropriamos de algo que não nos pertence, o processo não é moral.
Hoje em dia, quando alguém encontra dinheiro, sobretudo se somas significativas e busca o dono para a devolução, se torna manchete.
O normal, o ético, o moral se tornou raro e, por isso, quando realizado, ganha destaque. Isso é bom. Mas melhor seria se fosse o normal, o comum porque isso diria que nos importamos uns com os outros.
Afinal, vivendo neste imenso lar chamado Terra, pertencemos todos a uma única e imensa família: a Humanidade.
Somos irmãos porque criados pelo mesmo Pai. Não importa nos diferenciemos pela cor da pele, a cultura, o idioma, as crenças religiosas. Somos todos irmãos.
Por isso, natural seria que cuidássemos muito bem uns dos outros. E nada do que fosse encontrado, ficasse conosco senão o tempo necessário para identificarmos o legítimo dono.
Como tudo seria mais fácil. Não precisaríamos ficar tão preocupados com a casa, o carro, a bolsa, o dinheiro, em momento algum.
Se déssemos um valor maior ao comerciante teríamos a certeza de que nos seria devolvido.
Em qualquer aquisição, teríamos também a certeza de que o preço justo estaria sendo exigido. Nada exorbitante. Não nos estaria sendo oferecido algo como valioso quando não o fosse.
Isso seria mais do que honestidade. Seria fraternidade, solidariedade. Fazer ao outro, conforme o ensino evangélico, aquilo que a nós mesmos desejamos.
Como seríamos felizes. Andaríamos pelas ruas mais tranquilos. Sairíamos em férias descontraídos, sem o temor de sermos assaltados no caminho ou no local visitado.
Nem mesmo com a possibilidade de retornarmos ao lar e o encontrarmos sem os pertences, que adquirimos com trabalho e esforço.
Finalmente, investiríamos em nossos políticos, conduzindo-os ou reconduzindo-os a seus cargos, com a certeza de que verdadeiramente seus objetivos seriam servir ao povo.
Um mundo melhor. Um mundo sem apropriações indevidas. Uma Terra de paz. Um lar.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.11.2014.
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