Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Integridade

O grande poeta da literatura portuguesa, Fernando Pessoa, escreveu, certa feita:

Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.

*   *   *

Tornar inteiro, fazer um só é a origem da palavra íntegro.

E esse é o conselho do poeta: sermos íntegros.

Fazendo como só os poetas sabem fazer, Fernando Pessoa nos remete à beleza da lua para entendermos a beleza de sermos íntegros.

E nos aconselha como fazer: ser todo em cada coisa, no mínimo que fazemos,  sermos sempre os mesmos,  sermos sempre inteiros, sem exagerar, sem excluir.

A integridade de uma pessoa está exatamente neste aspecto: ter seus valores morais de maneira atemporal, imutável, sem conveniências.

Dificilmente alguém conseguiria ser desonesto vagando sozinho no deserto.

Para provar os valores da honestidade, há que se ter o ensejo de ser desonesto.

Assim é com todos os nossos valores morais. É necessário exercitá-los, colocá-los à prova na vivência diária.

Somente o discurso, o ter conhecimento não constrói nosso caráter, não nos faz íntegros.

Por isso a vida é rica em desafios e oportunidades.

São eles que fortalecem nosso caráter, enraízam nossos valores, dão corpo aos nossos ideais.

Na oportunidade da mentira conveniente, preferir a verdade duradoura.

No momento da trapaça vantajosa, a honestidade transparente.

Diante da oportunidade da fofoca desabonadora e duvidosa, a escolha pelo silêncio respeitoso.

Assim são construídos nossos valores. Colocando-nos inteiros e únicos em todas as situações.

Jamais optar pelas escolhas mais convenientes.

Definir-se sempre pelos caminhos corretos.

Jesus nos fala da importância de bem escolher nossos valores e ações nos comparando ao sal.

Diz-nos o Mestre que somos o sal da Terra. Usa da metáfora para alertar que somos nós a dar o sabor, o tempero, a diferença à vida.

Porém, lembra-nos de que se o sal for insípido, com que se haverá de salgar?

Sempre seremos convidados pela vida a oferecer nosso tempero, nossa posição, nossos valores.

Os desafios são imensos e muitos são os convites que o mundo nos oferece.

Muitos deles parecerão fáceis, convenientes, mesmo cômodos, em várias situações.

Porém, antes de qualquer decisão, pensemos a respeito da qualidade das ações que pretendemos executar. Qual o peso moral das atitudes que iremos tomar.

Lembremos de que para Pilatos, naquele momento dramático do julgamento de Jesus, o Cristo, foi mais conveniente lavar as mãos do que tomar a decisão correta.

Jesus, por Sua vez, incomparavelmente íntegro, não titubeou perante Seus valores, mesmo frente ao julgamento covarde, o suplício dos açoites, a coroa de espinhos, a cruz infamante ou o Gólgota doloroso.

Não demorou muito e Pilatos mergulhou em profunda consciência de culpa. Destituído do poder, fugiu da vida física, optando pelo suicídio.

O Cristo, contudo, superada a morte física, ressurgiu para atestar a imortalidade da alma e a grandeza do Seu reino de paz.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.11.2014.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998