Nascido na Alsácia em 1875, Albert Schweitzer foi uma criança doentia, que demorou muito para aprender a ler e a escrever.
Aluno medíocre em muitos aspectos, na música ele foi um autêntico prodígio: aos sete anos compôs um hino, aos oito, começou a tocar órgão e aos nove substituiu o organista em uma cerimônia.
Depois de crescido, dispôs-se a dominar assuntos que lhe fossem particularmente difíceis.
Era perito como carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhista, mecânico, farmacêutico e jardineiro.
Escreveu livros eruditos sobre Bach, sobre Jesus e sobre a História da civilização.
Aos vinte e seis anos tinha diplomas de doutor em filosofia, teologia e música.
Aos trinta anos decidiu estudar medicina e partir para Lambaréné, na África Equatorial Francesa, como um missionário-médico.
Por que medicina?
Porque estava cansado de palavras e queria ação.
Por que Lambaréné?
Porque era um dos lugares mais inacessíveis e primitivos de toda a África, um dos mais perigosos, e porque lá não havia médicos.
Parentes e amigos tentaram dissuadi-lo, mas ele respondeu que se sentia obrigado a dar algo em troca da felicidade de que gozava.
Em 1913, Albert Schweitzer e sua esposa – que havia estudado enfermagem para ajudá-lo - chegaram a Lambaréné, encontrando condições muito pouco favoráveis.
O hospital foi construído praticamente do nada e pelas próprias mãos de Schweitzer.
Os pacientes vinham de grandes distâncias, muitas vezes com as famílias.
Não havia caminhos, nem calçadas.
Não havia água corrente, nem eletricidade, a não ser na sala de operações, e também não havia raios X.
Não havia qualquer espécie de mecanismo para esterilização. Era preciso ferver água sobre fogueiras de lenha.
Durante anos houve falta de drogas e de ataduras.
Schweitzer não esmoreceu, não obstante todas as dificuldades que enfrentava para manter o hospital e atender a todos os doentes que o buscavam. Jamais negligenciou na grandiosa tarefa que assumiu voluntariamente.
Também nunca abandonou a música e o ensino.
Sempre que voltava para a civilização, proferia conferências e palestras.
Além disso, sua constante produção literária e musical, mantida a custo de muitas madrugadas insones, alcançou e encantou todo o mundo.
Em 1952, recebeu o prêmio Nobel da Paz.
Retornou à pátria espiritual em 1965, e seu nome até hoje é lembrado como exemplo de trabalho nobre, humanitário e incansável.
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Nos caminhos do mundo, as vidas são livros abertos a quem queira e saiba lê-los, aprendendo o que se deve ou não fazer.
Toda vida traz em si a sua mensagem, seja desafortunada, seja luminosa e esplêndida.
Dê sentido a sua vida para que a mensagem que dela se desprende seja digna de ser vivida, sorvida e ensinada, porque há sempre alguém se espelhando em seus rumos, tomando-os como se fossem os seus próprios.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no
livro Grandes vidas, grandes obras, ed. Ipyranga, 1968
e na introdução do livro Vida e mensagem, pelo Espírito
Francisco de Paula Vitor, psicografia de Raul Teixeira,
ed. Fráter.
Em 8.10.2014.