Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Ciúme destruidor

A vida de Ana se tornara muito ruim, desde o momento em que começara a desconfiar que Artur, seu marido, tinha outra mulher.

Ana olhava para ele e se sentia traída. Toda vez que Artur chegava atrasado do trabalho, mesmo que dissesse que fora o trânsito complicado ou uma reunião de última hora, ela pensava: Demorou por causa da outra. Devem ter se encontrado hoje. Por isso se atrasou.

A paz do lar ficou comprometida. Ele chegava cansado, ela estava mal-humorada e procurava todos os motivos para reclamar.

Por vezes, ela surpreendia Artur dispersivo. O pensamento distante. Era o suficiente para pensar consigo mesma: Olhe só como está pensativo! Aposto que está pensando nela.

Finalmente, um dia, ela resolveu seguir o marido para o surpreender.

Esperou-o na saída do trabalho. Ele pegou o carro, andou algumas quadras e parou na floricultura. Ela viu quando ele escolheu as maravilhosas flores e saiu carregando-as com carinho.

Mau caráter, pensou ela. Gastando com outra.

Aquilo a deixou de tal forma desconcertada, que começou a chorar. Foi para casa e se jogou na cama.

Chorou muito.

Pouco depois, ela ouviu a porta abrir e seu marido chegar. Escutou os passos dele na escada, subindo até o quarto do casal, onde ela estava.

Mal o viu adentrar o quarto, ela se sentou na cama, os olhos vermelhos de chorar, os cabelos em desalinho e desabafou:

Eu vi tudo. Você não pode negar. Comprou flores para ela. Rosas vermelhas maravilhosas. Você me traiu. Traiu o nosso amor.

Alterada, ela se levantou e avançou na direção dele. Para sua surpresa, verificou que ele trazia nas mãos o lindo ramalhete de rosas vermelhas.

Um pouco chateado, estendendo o ramalhete para ela, ele falou:

Ana, hoje é dia do nosso aniversário de casamento. Você não lembrou?

*   *   *

O ciúme cria quadros exagerados, fomentando desconfiança. Atestado de insegurança, destrói o relacionamento pelo clima de tensão que cria a todo momento.

Cultivador da infelicidade, o ciúme altera a correta visão dos fatos, aumentando a importância de pequenos atrasos, desejos não atendidos, esquecimentos de datas e compromissos a dois.

Criando azedume, envenena a alma e desassossega o pensamento.

Colocando óculos escuros na visão mental, tudo faz parecer sombrio, devastador.

Uma distração é tida à conta de desinteresse. O atraso para um encontro é considerado desrespeito.

Fora da realidade sempre, o ciúme provoca cenas desastrosas e desgastantes, em situações onde uma leve indagação ou uma conversa a dois, com toda a certeza, resolveria.

*   *   *

Nunca deixemos que o ciúme nos atormente. Ele é o responsável pela devastação de corações e de lares.

Se nos sentimos inseguros, fortifiquemos a relação a dois com diálogos mais profundos, com saídas para um passeio ao luar ou um final de semana a sós.

Se o outro estiver, verdadeiramente, permitindo que a relação esfrie, que o amor amorne, providenciemos o melhor para o estreitamento dos laços afetivos, guardando a certeza de que é nos pequenos gestos que a relação se fortalece.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 48,
do livro
Para que minha vida se transforme, v. 1, de
Maria Salete e Wilma Ruggeri, ed. Verus.
Em 24.10.2014.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998