Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O significado dos anos

A velhice chega para todos aqueles que não tiveram a vida ceifada, nos dias anteriores da sua jornada pela Terra.

E quando chega, quase sempre se faz acompanhar de muita tristeza. É comum encontrarmos idosos entristecidos porque as forças lhes faltam, tornando-se mais ou menos dependentes para umas tantas coisas.

Não podem sair à rua, sem que alguém os acompanhe porque a vista não está tão boa e as pernas não colaboram na hora da travessia das ruas apressadas das grandes metrópoles.

Não conseguem trabalhar tanto quanto apreciariam, nem mais correr atrás dos netos pequenos, como gostariam. Pouco esforço redunda em cansaço.

Olhando sua mãe, que logo mais completaria setenta e cinco anos e, secretamente, desejava como presente um balão de oxigênio, para lhe auxiliar a respiração dificultosa, uma filha escreveu:

Através dos anos, suas mãos penduraram fraldas em varais de roupa, esterilizaram mamadeiras, carregaram bebês, passaram roupinhas e orgulhosamente empurraram carrinhos.

Ela descascou mais batatas do que seis soldados em serviço.

Seu cabelo passou por várias fases: permanente, tintura com cápsulas colorantes, coque, outro permanente, tinta prateada.

Recebia visitas na “sala”, guardava as compras na “despensa”, o sorvete na “geladeira” e terça-feira era dia de usar a “máquina de lavar”.

Ela se graduou em cuidados com crianças através de sarampo, catapora, caxumba, pneumonia, pólio, tuberculose, febres, cortes, gripes, braços quebrados e corações partidos.

Volta e meia seu armário abrigava vestidos, chapéus enfeitados, luvas brancas, saias curtas e longas, vestidos vaporosos, tecidos de forros, roupas de festas e brinquedos de Natal, encomendados todos com antecedência.

Seu coração conheceu o êxtase do amor por um homem, a alegria dos filhos, o amargor de seus erros, o calor dos amigos, a celebração dos casamentos, a bênção dos netos e bisnetos.

Quem pode contar quantas escadas esfregou, os jantares que preparou, quantos presentes embrulhou, as lições que tomou, as histórias que leu para as crianças dormirem? Quantas desculpas pediu e quantas orações elevou a Deus?

Seus braços ninaram gerações de bebês. Suas mãos prepararam incontáveis pratos favoritos. Seus joelhos se dobraram ao lado da cama daqueles que amava, mais de uma vez. Beijou muitos machucados que doíam.

Suas costas se curvaram para dar banho em Cowboys sujos, em princesas enlameadas. Catou muita roupa espalhada de adolescente. Colheu muitas flores do jardim. Envelheceu.

Passou pela vida com risos e lágrimas, vendo o pôr-do-sol de ontem se tornar o amanhecer de esperança e promessa. Por causa dela e do marido, a vida de família e amor continuou por gerações.

Quando uma mãe faz setenta e cinco anos, abençoados são aqueles que a rodeiam com seu amor.

*   *   *

Se você estagia na velhice, não se entristeça. Pense em tudo que você fez, nas afeições que semeou, nos amigos que conquistou.

E, se não consegue fazer tudo que gostaria, pense: Deus está dando a oportunidade aos seus amores de lhe retribuírem, ao menos em pequena parcela, o grande amor que receberam, durante toda sua vida.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Os setenta
e cinco anos de mamãe, de Alice Collins, apresentada por Geraldine Doyle,
do livro
Histórias para aquecer o coração das mães,
de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne
e Marci Shimoff, ed. Sextante.
Em 20.9.2014.

 

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