Momento Espírita
Curitiba, 26 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone O mais forte

Conta-se que, certo dia, o sol e o vento se encontraram, em um recanto encantado do Universo, e começaram a conversar.

Conversa vai, conversa vem, eles principiaram a discutir a respeito de quem seria o mais forte.

De onde se encontravam, podiam divisar a Terra e o vento viu um homem que andava por uma estrada.

Você vê aquele velho lá embaixo? - Disse ele ao sol. Aposto como posso fazer com que ele tire o capote mais depressa do que você.

O sol se manteve quieto. Escondeu-se atrás de uma nuvem e esperou. O vento começou a soprar. E foi soprando cada vez mais forte, até se tornar quase um furacão.

Mas, quanto mais ele soprava, mais o homem segurava o capote junto a si.

Depois de algum tempo, o vento desistiu. Acalmou-se e decidiu conceder a vez ao sol.

Bom, pensou, se eu com toda esta fúria não consegui fazer o homem tirar o capote, o que você poderá fazer?

O sol saiu detrás da nuvem. Sorriu, bondosamente, para o homem, que continuava a andar pelo caminho cheio de folhas e pétalas de flores, arrancadas pelo vento.

Sorriu um pouco mais, envolvendo-o em uma onda de calor. O homem esfregou o rosto e logo tirou o capote.

Surpreso, o vento escutou o sol lhe dizer: Amigo, mais forte que a fúria, mais vigorosa do que a força bruta, é o poder da gentileza.

*   *   *

Gentileza é expressão de cordialidade e de afeto. Na esfera de ação em que somos chamados a produzir, não esqueçamos o necessário culto à gentileza.

Em nome do não ter tempo para nada, não nos permitamos deslizes para com a gentileza, na roda dos nossos amigos.

Embora afirmemos que não há mais tempo para as pequeninas normas da etiqueta, merece considerar que sempre haverá tempo para uma palavra de amizade, em meio às tempestades da vida.

Ninguém pode afirmar que não tenha condições de pronunciar, sorrindo, um verbete gentil, como Obrigado.

Não há quem não tenha a capacidade de uma expressão delicada, pela manhã. Algo simples, como bom dia, enquanto sorri, verdadeiramente desejando que o outro tenha um bom dia.

Quem de nós não poderá ter um gesto de meiguice, acariciando uma criança que se mostra intranquila ante determinada situação, desconhecida e atemorizante para ela?

E um sorriso de ternura, um aceno cordial, consegue desarmar mesmo aqueles que parecem impermeáveis às boas maneiras.

O gesto gentil é um passo para modificar, muitas vezes, uma inimizade nascente, uma suspeita infundada, uma informação infeliz, uma inspiração negativa.

Enfim, gentileza é também caridade em nome de Deus para o grande mal de que padece a Humanidade e que se chama egoísmo.

*   *   *

A gentileza transforma a paisagem fria das relações humanas.

Não aguardemos, no entanto, que os outros sejam gentis conosco. Sejam os nossos hábitos, no culto da gentileza, uma metodologia de equilíbrio que nos imponhamos como disciplina do comportamento.

E comecemos agora, enquanto o dia surge, ou enquanto as horas avançam ou a noite se adianta.

Um coração gentil é um coração em paz.

 

Redação do Momento Espírita, com base no texto O sol e o
vento, de autoria ignorada e no cap. 53, do livro Celeiro de
bênçãos, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 22.8.2014.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998