Todos trazemos na intimidade o somatório das experiências realizadas em nossa trajetória evolutiva.
São nossas conquistas intelectuais, nossas habilidades, nossas competências.
Da mesma maneira, os valores e sentimentos que nos movem, que habitam nosso coração, representam o resultado dos esforços encetados até este momento.
Podemos dizer, na verdade, que tudo aquilo que constitui nosso mundo íntimo, seja no campo do intelecto, seja no dos valores morais, é o resultado do uso do livre-arbítrio em nossas vivências.
Sábios e gênios, almas elevadas e corações bondosos, nada se constitui dom divino mas, sim, conquistas da alma ao longo de suas experiências.
Percebemos, dessa forma, que não há favorecimento especial de Deus para uns em detrimento de outros.
Somos os herdeiros de nós mesmos, das nossas construções íntimas, dos nossos aprendizados.
Por isso mesmo, alguns valores equivocados também são o resultado das aquisições que encetamos em nosso caminhar: más inclinações, pendores dificultosos, tendências a serem corrigidas.
Natural de nosso processo evolutivo, tudo que se constitua desarmonia e perturbação, é convite para a mudança íntima.
O esforço em prol do exercício das virtudes, que plenificam, é a decisão que nos cabe, quando a lucidez e o entendimento maior da vida nos chegam.
Se percebemos que ainda carregamos na intimidade valores que vão de encontro aos nossos desejos de melhora e progresso, é hora de mudar.
Será a disciplina, no esforço e exercício constantes de substituir antigos valores por novas posturas, mais saudáveis e plenificadoras, que nos abrirá novos horizontes.
Não há porque exasperar-se se ainda percebemos dificuldades na alma.
Desejaríamos perdoar, mas ainda nos magoamos.
Gostaríamos de não sentir raiva, mas nos deixamos perturbar quando nos sentimos agredidos.
Anelamos não alimentar animosidade, mas nos permitimos criar silêncios e dificuldades outras, nas relações cotidianas.
A origem do mal, que tem guarida em nossa intimidade, se encontra no uso inadequado do nosso livre-arbítrio.
Portanto, será exatamente através da utilização correta dessa liberdade de agir, oferecida por Deus, que construiremos novos valores, a fim de renovar nossas paisagens interiores.
Porém, da mesma forma que não devemos nos afligir pelas dificuldades que ainda moram em nosso coração, não devemos nos permitir acomodação com tais inclinações.
Se já conseguimos perceber que há algo a modificar em nós mesmos, é sinal de que devemos nos empenhar para a melhoria.
Meditar e considerar a excelente oportunidade que dispomos para o crescimento íntimo por meio do bem, no labor pela nossa transformação moral, é tarefa inadiável.
Resta o passo definitivo, no esforço da mudança íntima, na tomada de nova postura.
Ao afirmar que somos a luz do mundo, o Mestre Nazareno dava provas incondicionais da grande potencialidade que guardamos, esperando o esforço pessoal para desabrochar.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17,
do livro Diretrizes para o êxito, pelo Espírito Joanna
de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 16.8.2014.
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