Prepara-te, Cristo voltará.
Esta frase pode ser lida, em muitos outdoors, pelas estradas do nosso país.
A afirmativa suscita reflexões. Ao se identificar aos homens, Jesus se apresentou como o Pastor, o bom Pastor, Aquele que conhece as Suas ovelhas. E elas, por sua vez, reconhecem a Sua voz.
Reportou-se ao mercenário que, quando vê chegar o lobo, foge, salvando a própria pele, enquanto deixa o rebanho à mercê das garras da fera.
Ao contrário, o bom Pastor dá a Sua vida pela das Suas ovelhas.
Ao realizar Sua despedida, na chamada última ceia, preparando os Apóstolos para o sacrifício de Sua vida, lecionou: Não vos deixarei órfãos. Vou à frente, preparar-vos o lugar.
Na cruz, em plena agonia, manifestou-se a Dimas, o bom ladrão, que lhe rogava fosse lembrado quando adentrasse Seu reino, afirmando-lhe que naquele mesmo dia estaria com Ele, no paraíso.
O bom Pastor estendeu a Sua misericórdia à ovelha perdida, resgatando-a, permitindo-lhe que ali iniciasse o seu processo de regeneração.
Quando nos pomos a reflexionar a respeito desses ditos e feitos de Jesus, concluímos que Ele, Guia e Modelo, não pode nos ter deixado à matroca, em tempo algum.
Portanto, morto o Mestre, não se alçou a paisagens paradisíacas, deixando para trás o Seu rebanho.
Três dias após a morte física, se apresentou a Madalena, no Jardim das Oliveiras.
A caminho de Emaús, acompanhou dois discípulos e lhes explicou o sentido dos últimos acontecimentos do Calvário.
E, quando caiu a tarde, entrou com eles na estalagem, abençoando o pão e partindo-o, conforme sempre o fazia.
Apareceu no cenáculo, mais de uma vez, a portas e janelas cerradas; depois, à beira do lago e, durante quarenta dias, permaneceu orientando, acalmando os corações, lenindo a saudade dos que O amavam.
E prossegue dando mostras, periodicamente, de que está atento, ao nosso lado.
Apareceu, ao sol do meio-dia, na estrada de Damasco, e lembrou ao fariseu de Tarso que seu era o compromisso de disseminar o Evangelho.
Buscou Ananias, o velho pregador, na intimidade do lar e lhe recomendou o atendimento a Saulo, o perseguidor, que se hospedava na pensão da Rua Direita.
E, naqueles dias primeiros do Cristianismo, permaneceu ao lado dos que se entregavam à morte, por amor à verdade que Ele pregara.
Mal se desenovelavam dos liames da carne, Ele os recebia nos umbrais da Espiritualidade, abraçando-os, generoso, para o repouso merecido.
Ao velho pescador Pedro, na Via Ápia, informa que está retornando a Roma, para ser novamente crucificado, desde que os líderes os haviam deixado sós.
Esse é Jesus, o bom Pastor. Sempre presente. Sempre conosco.
Pensemos nisso e reconheçamos Sua voz a nos chamar, novamente, para o aprisco, para o seio do Seu reino de amor.
Pensemos nisso, toda vez que as dores teimarem em fazer morada em nossa alma ou a saudade dos amores e de lugares nos pretenderem estraçalhar o coração.
Ouçamo-lO, sigamo-lO.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 30, ed. FEP.
Em 2.9.2016.
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