Na gloriosa manhã daquele domingo, mulheres piedosas, que haviam observado que o corpo de Jesus, retirado às pressas da cruz, antes que se iniciasse o sábado judaico, não fora convenientemente preparado para o sepultamento, foram ao túmulo.
Desconheciam elas que fora montada guarda ostensiva, a pedido dos sacerdotes do Templo e a mando de Pilatos. E nem cogitavam como haveriam de remover a grande pedra que fechava a sepultura.
Simplesmente, dispuseram-se à tarefa e iniciaram a caminhada. No trajeto, Joana de Cusa, Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, detiveram-se na cidade, para adquirirem aromas e faixas de linho, a fim de oferecer ao corpo do Mestre as dignas homenagens.
Maria Madalena foi à frente. Antes de vender seu palacete e dispensar seus servos, inclusive os perfumistas que tinha a seus serviços, separara essências preciosas, que com ela levara para a nova vida.
Agora, as trazia para o conveniente preparo do corpo do Mestre tão amado. Eram unguentos e perfumes, conforme exigia o costume.
Ao chegar ao local do sepultamento, ela observa a pedra removida, o sepulcro vazio. Sai a chorar, tentando entender o que poderia ter ocorrido: Alguém removera o corpo? Alguém o furtara? Para quê? E onde fora depositado?
Vendo um homem, de costas, imaginando ser o jardineiro, que cuidava das rosas silvestres e do local, o interroga: Para onde levaram o corpo do meu Senhor?
Ele se volta. Todo em luz, tangível e vivo. É Ele! É Jesus!
Ela se lança ao Seu encontro, de braços abertos. Deseja abraçá-lO e afogar naquele seio bendito a tristeza das últimas horas e a imensa saudade que lhe oprime o coração.
Ele a detém: Não me toques, ainda não fui para meu pai.
Radiante de felicidade, ela retorna à cidade para dar a notícia da ressurreição gloriosa.
Jesus vive! Eu O vi!
À exceção de Maria, mãe de Jesus, presente entre os discípulos, no cenáculo, os demais se mantêm incrédulos. Pedro e João se dirigem ao túmulo, a fim de constatarem da veracidade da notícia.
Haveriam de vê-lO e com Ele conversar os discípulos, a caminho de Emaús, saindo de Jerusalém.
E, nos dias que se seguiram, os Seus lhe receberam a visita, entre a surpresa e a admiração. Ele retornara do país da morte, vencendo a megera tão temida.
Morto, sepultado, ressurgido. E Sua identificação, qual O fizera no poço de Jacó, para a mulher samaritana, se repetiria em muitas ocasiões:
Sou eu.
Sou eu, Jesus de Nazaré, que foi erguido no madeiro da infâmia.
Sou eu, o Cristo, que representa a resposta do Pai aos filhos sofridos do planeta.
Sou eu, aquele que transformou a cruz do martírio em um hífen de luz, ligando o céu das benesses espirituais à Terra sofrida dos homens.
Sou eu, conforme expressara tantas vezes, em Seu messianato: Sou eu o Caminho, que leva ao pai. Sou eu a Verdade, que liberta e a Vida autêntica. A luz do mundo.
Eu sou o rei da vida, que venceu a morte. Eu sou o Senhor dos Espíritos. Ouvi-me. Sou eu.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP.
Em 9.9.2015.
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