Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Insuperável amor

Até onde vai a capacidade de amar de uma pessoa? Fala-se muito a respeito do amor de mãe, verdadeiramente qualificado como excepcional.

Mas, quando se menciona a vida a dois, alguns casais demonstram tal intensidade no amor, que deixam boquiabertos os que os conhecem.

Isso nos faz lembrar de Mário e Lia. O filho teve poliomielite e ficou com várias sequelas. Os pais se revezavam no atendimento às suas necessidades.

Certo dia, estavam os três no jardim. Mário aparava a grama, enquanto Lia e o filho o observavam. De repente, ela começou a sentir frio nas pernas.

Logo, Mário foi ao interior da casa e buscou um cobertor. Mas, o frio não passou. Avançou noite adentro e, no dia seguinte, ele a conduziu ao hospital.

Lia foi internada a fim de ser submetida a uma bateria de exames complicados. Grave doença circulatória se manifestara, de forma intempestiva. Naquela mesma semana, ela teve amputada uma das pernas, acima do joelho.

E, na semana seguinte, foi a outra, próxima ao quadril. O quadro piorou e ela teve amputadas as duas mãos. A fragilidade da circulação local impedia o recebimento de próteses.

Em todo esse drama, que se desenrolou em apenas trinta dias, Lia nunca reclamou nem de dor, nem de cansaço. No hospital, as fisioterapeutas e psicólogas buscavam amenizar a dificuldade, distraindo-a com brincadeiras que ela, facilmente, aceitava.

Sabia ser gentil e agradecida. E o marido, firme, ao lado dela. Quando ela recebeu alta hospitalar, ele continuou a levá-la, várias vezes na semana, para o trabalho de preparação para receber prótese dos membros inferiores.

Era de tal forma atencioso, carinhoso no trato para com ela que as estagiárias, em observando, brincavam com Lia:

Você trate muito bem este marido porque, do contrário, iremos roubá-lo de você.

*   *   *

Amor, insuperável amor, que transcende a beleza e a integridade física, que mantém acesa a chama do carinho, acima e além de qualquer circunstância.

Ao criar os Espíritos, Deus lhes conferiu a Sua própria essência de amar. Por isso, o amor é a vida em expansão.

E, por essa mesma razão, os seres se atraem para o fenômeno da comunhão. E, onde reinem problemas, dificuldades, incapacidades, o amor enseja soluções, solidariedade, companheirismo.

Quando a criatura humana ama com a profundidade real, que a leva a esquecer-se de si mesma, torna-se força ativa da alegria, saudavelmente direcionada para o altruísmo.

Por isso, onde vige o amor, a dor é diminuída no algodão aconchegante da ternura e o amparo se faz presente, em todas as horas.

No amor se iniciam todas as coisas e seres, sob o hálito Divino, e nele se plenificam as criaturas.

Somente o amor, com sua força insuperável, possui a energia transformadora para tudo suportar, firme, ao lado de quem padece limitações, de qualquer ordem.

Atendamos pois ao convite do Divino Pastor: Amai-vos, como eu vos amei.

E façamos do amor nosso estandarte de vida, de propósitos, de luz.

 

Redação do Momento Espírita, com citações
do cap. 9, do livro
Perfis da vida, pelo Espírito
Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 1.8.2014.

 

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