É lugar comum dizermos que vivemos em um mundo tecnológico.
Nada mais explícito e presente do que a tecnologia, nos dias atuais.
Ela abraça todas as nossas atividades, nossas relações, nosso cotidiano.
Se vamos ao banco, lá está o caixa eletrônico, o cartão magnético, a dispensar funcionários.
Se vamos viajar, são inúmeras as possibilidades de aquisição de passagem, reservas de hotéis, restaurantes, tudo à distância, sem recurso humano nenhum, apenas com o teclado e a internet a nos prover as necessidades.
Mesmo quando vamos às compras, a tecnologia lá está, a possibilitar tudo adquirirmos sem nem ao menos sair de casa.
Embora tantas facilidades, recursos e máquinas admiráveis, tudo isso é apenas tecnologia, nada mais.
Existem os arautos do mundo moderno que creem que ela possa tudo substituir.
Há os apressados que imaginam a tecnologia como a grande deusa moderna, suprindo todas as necessidades humanas, plena e satisfatoriamente.
Porém, não podemos esquecer que ela é simples instrumento que nos facilita o dia a dia, possibilitando continuarmos a viver a vida, na plenitude que ela merece.
Não há como imaginar algum aparato tecnológico a substituir o carinho de mãe, a atenção do pai, as preocupações na educação do filho.
Verdade que não são poucos aqueles que delegam o tempo precioso de convivência para os tablets, games, programas de TV.
É impensável que alguma invencionice humana possa substituir a conversa leve e solta com um amigo, a troca de ideias e a brincadeira divertida que nasce da intimidade daqueles que se querem bem.
Porém, é crescente o número dos que, por conveniência, trocam o convívio social pelos relacionamentos inventados e imaginários das redes sociais e dos bate-papos virtuais.
Se, no convívio da família, é que buscamos esteio, referência, amparo, assim como somos chamados a amparar e dar sustento, não haverá possibilidade de máquina alguma substituir essas relações, que geram crescimento e aprendizado.
Entretanto, existem os que preferem os relacionamentos à distância, dando notícias vez por outra em mensagens vazias de significado ou em encontros breves nas telas dos computadores, para logo mais desplugar-se, sem outro compromisso maior.
Pensemos que estes dias de tecnologia geram em nós a responsabilidade de bem conviver com ela.
Dar-lhe a medida adequada, a fim de se utilizar dela sem fazer-se escravo.
Ter a clara noção de sua abrangência e utilidade, mas nunca tê-la como substituta das coisas da alma e do coração.
Portanto, estes não deixam de ser dias de aprendizado, para que a tecnologia não nos embruteça, não nos torne frios ou nos tire todo o significado da existência.
Afinal, o homem tecnológico é aquele que se utiliza da tecnologia para facilitar sua vida e usa com sabedoria o tempo livre que ela lhe possibilita, para investir nas coisas que lhe são caras ao coração.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 5.7.2014.
Escute o áudio deste texto