Existem pessoas muito requisitadas, que conquistam amigos com rapidez e, desde os primeiros anos escolares, se tornam muito populares.
Existem outras que parecem passar ao largo, anônimas, como se as pessoas não as vissem.
Ana era uma dessas. Adolescente comum, sem grandes atrativos. No dia dos namorados, ela esperava um cartão de alguém que lhe confessasse admiração, amor. Mas, nada.
Justamente quando os anseios românticos são mais intensos, quando o desejo por paqueras se torna mais forte, quando um admirador se torna mais necessário do que nunca, nem um único cartão chegou.
Em momentos assim, mesmo histórias sobre patinhos feios que se transformarão, um dia, em lindos cisnes não aliviam a dor, nem a rejeição.
Nos anos que se seguiram, Ana foi desabrochando, ficando cada vez mais bonita e fazendo os rapazes virarem a cabeça para olhá-la.
E quanto mais atenção recebia, passou a se sentir e, portanto, a se tornar realmente linda.
Muitos anos depois, adulta e mãe de família, ela não se esqueceu daqueles tempos de rejeição e tristeza de sua adolescência.
Hoje, Ana tem dois filhos adolescentes. No dia dos namorados, o grêmio estudantil cobra um dólar para entregar cravos. Ela sempre dá dois dólares para cada filho.
Um dólar para que cada um compre um cravo para a respectiva namorada. O outro dólar vem acompanhado da seguinte instrução: Escolham outra garota, uma que seja simpática, mas comum. Alguém que, provavelmente, não receberá flor alguma. Mandem uma flor para ela, anonimamente. Dessa forma, ela saberá que alguém gosta dela e se sentirá especial.
A cada ano, no dia dos namorados, Ana repete a dose. Neste ano, Laura, uma pessoa linda, mas de aparência comum, recebeu uma dessas flores.
O filho de Ana contou que Laura ficou tão contente e surpresa, que chorou. Carregou aquela flor o dia todo junto com os livros e conversava, feliz, com as amigas, tentando adivinhar quem seria o seu admirador.
Enquanto ouvia a história, a própria Ana teve de enxugar os olhos. Ela ainda se lembrava da solidão que sentia, muitas vezes, no dia dos namorados.
* * *
Um pequeno gesto pode fazer a grande diferença na vida de alguém.
Para quem nunca recebe um cartão, uma flor, um abraço, um sorriso basta para torná-la feliz.
Seja você quem promova essa felicidade. Aprenda a olhar as pessoas com olhos de ver e descubra os infelizes, permitindo-se oferecer algo que os possa alegrar ou preencher o grande vazio de suas vidas solitárias.
E nem espere o dia dos namorados. Faça hoje, já. Agora.
* * *
Se queres fazer alguém feliz, não aguardes o amanhã. Se desejas dar uma flor, não esperes a morte, manda-a hoje, com amor.
Se desejas dizer às pessoas de tua casa, ao amigo de perto ou de longe que te sentes feliz com sua presença, faze-o agora.
Não esperes para colocar flores sobre túmulos. Enche, antes, de amor, os corações, porque serás muito feliz se aprenderes a fazer felizes todos os que conheces.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Um admirador para Laura,
de autoria de Don Caskey, do livro Histórias para aquecer o coração dos
adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen eKimberly Kirberger,
ed. Sextante e no cap. Em vida, irmão, em vida, de Ana Maria Rabatté,
do livro Um presente especial, de Roger Patrón Luján,
ed. Aquariana.
Em 13.6.2014.
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