Você já reparou como, não raro, nos referimos a alguém como uma pessoa de grande coração? Como é frequente dizermos que alguém tem um coração imenso?
É claro que a expressão não é literal e, muito menos, estamos querendo nos referir à sua anatomia.
Quando assim nos expressamos, estamos, na verdade, manifestando nossa admiração quanto à capacidade de amar, de querer bem, de ser solidário, fraterno e amigo.
Afinal, dizemos que tal ou qual pessoa tem um coração grande porque ela é capaz de abrigar muitos sentimentos nobres, com eles beneficiando os seus semelhantes.
Seria interessante nos questionarmos: será possível dilatar o próprio coração? Será que conseguimos ter um coração maior do que aquele que hoje temos?
Todas as virtudes e competências foram construídas em nossa intimidade, por esforço próprio, por investimento pessoal.
Todos nós possuímos inteligência, a capacidade intelectual coerente com os esforços que empregamos para que ela se desenvolvesse.
Da mesma forma, as conquistas dos bons sentimentos, dos nossos valores e virtudes são frutos do empenho e dedicação, investimento e persistência.
Nenhum dom ou privilégio divino. De maneira nenhuma alguém agraciado em detrimento de outro.
Somos exatamente o resultado daquilo que investimos e desenvolvemos ao longo de toda nossa trajetória que, é claro, iniciou-se muito antes desta vida.
Dessa forma, fica fácil compreender porque algumas pessoas têm grande o coração.
Passamos a entender porque elas conseguem manter, na tutela de seu coração, tantos sentimentos altruístas, tanta devoção a pessoas e agasalhar tantas virtudes.
Não foram agraciadas, de forma gratuita. Não mereceram nenhum privilégio, graça ou dom divino.
Tudo o que já conseguiram entesourar na intimidade é fruto de seu trabalho e investimento pessoal.
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Assim ocorre com todos nós. Na medida em que nos esforçamos por melhorar, novos valores começam a ocupar espaço em nós.
E, na proporção em que buscamos desenvolver virtudes, aprender conceitos e valores nobres, eles passam a ter guarida em nosso coração.
Então, como é natural, essas virtudes dilatam nosso coração, a fim de que consigam todas elas ali ganharem morada.
Portanto, para termos grande o coração, cabe-nos o esforço individual, o empenho e o trabalho no bem.
Não há dia em que a vida não oportunize esses exercícios.
Os laços familiares mostram-se excelentes oportunidades.
Os amigos, as relações profissionais, nossos contatos sociais, também funcionam como oficinas do coração.
Quando alguns relacionamentos se mostrem difíceis, complicados, são também o convite generoso da vida a fim de que possamos ser daqueles que possuem um grande coração.
Quando Jesus nos convida a caminhar dois mil passos com alguém que nos pede para andar mil, ou quando nos aconselha a oferecer a túnica para quem nos pede a capa, está nos ensinando que todo o esforço em prol da conquista das virtudes, que beneficiem nosso próximo, será sempre o melhor investimento que possamos fazer em favor do nosso próprio crescimento interior.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 17.5.2014.
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