Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Quando me amo...

Acendo uma luz que clareia meus porões esquecidos, deixando para trás os erros e derrotas de tempos idos, e volto a respirar.

Quando me amo...

Aprendo a olhar para dentro, descobrindo-me em parte “potência”, em parte “possibilidade” – aquilo que já sou, aquilo que serei; onde já estou, onde quero estar.

Quando me amo...

Acolho-me feito mãe acolhe um filho ferido: dando colo, amparando o choro, aconselhando a refazer os caminhos. Não me engole a culpa; não me desestimula a derrota.

Quando me amo...

Cuido do corpo, como o lavrador cuida de sua enxada – instrumento preciso de trabalho e de vida adorada.

Cuido também da nutrição da alma: o que escolho assistir, o que escolho ler, pensar e dizer.

Quando me amo...

Vejo minh´alma como a escultura debaixo do mármore de Michelangelo, e entendo que a dor é cinzel que vai retirando um pouco aqui, um pouco lá, até que tudo se transforme em belo Davi.

Quando me amo...

Clareio também a tua face, pois toda luz não fica guardada, não há quem disfarce, um farol a reluzir sobre um monte erguido no ar.

Quando me amo...

Inspiro o teu autoamor, para que possas te amar e crescer, assim, como nova flor, que um dia foi broto, que um dia foi semente, que um dia foi sonho de florescer.

Quando me amo...

Amo-te com mais profundidade, pois conhecendo-me, conheço-te melhor também.

*   *   *

A proposta de Jesus em torno do amor é das mais belas psicoterapias que existe:

Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, numa trilogia harmônica.

Como ainda temos dificuldade em conceber o absoluto, para nos adequarmos à proposição crística, invertemos a ordem do mandamento, amando-nos de início, a fim de desenvolver as aptidões que dormem em latência e acumularmos valores iluminativos, ao longo dos dias.

Assim, nosso grande caminho de amor precisa começar com o autoamor, pois sem autoamar-se, o homem não consegue amar ao seu próximo e tão pouco amar o Criador.

Começamos a jornada dentro de nós, pois autoamor pede autoconhecimento, pede mergulho profundo para dentro de nós.

O autoconhecimento é o meio prático mais eficaz que temos para melhorar nesta vida e resistir à atração do mal.

E quem trabalha por sua melhora está se autoamando.

Cada movimento que fazemos no sentido de desenvolver nossas aptidões, e de acumular valores que nos façam pessoas melhores, é autoamor.

Naturalmente, esse amor a nós mesmos nos conduzirá ao nosso próximo.

Primeiro, porque o autoamor só se constrói e se vitaliza no encontro.

Segundo, porque quando temos uma cota de amor mais madura, mais consciente, conseguimos amar o outro melhor.

Nossas relações se harmonizam, nosso coração fica em paz, nossas angústias desaparecem.

*   *   *

Que possamos nos proporcionar mais momentos de autoencontro, com o objetivo de aprimorar nosso autoamor, que é a chave de todo nosso desenvolvimento no Universo.

 

Redação do Momento Espírita, com base no poema Quando me amo,
de Andrey Cechelero e no cap. 13, item
Amor de plenitude, do livro
Amor, imbatível amor, de Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Disponível no CD Momento Espírita v. 29, ed. FEP.
Em 23.3.2016
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