Materialismo, na definição do dicionário, é a doutrina que vê na matéria a realidade fundamental de todo o Universo.
Assim, para o materialista, nada na vida pode ser explicado a não ser a partir do prisma da vida material.
Para a doutrina materialista não há fundamentos na crença em Deus ou na imortalidade da alma, uma vez que a matéria deve explicar todos os fenômenos da vida.
Apenas afirma que a vida se encerra quando os fenômenos fisiológicos do corpo cessam.
Para os espiritualistas, em contrapartida, a vida explica-se a partir da crença em Deus e da existência da alma, assim como na sua sobrevivência após a morte.
O espiritualismo, em um sentido amplo, é a base de todas as religiões e da própria religiosidade.
Afinal, de uma forma ou de outra, todas as religiões e todas as doutrinas espiritualistas buscam a explicação da vida, na certeza da sua continuidade, após a morte do corpo físico.
E são inúmeros os países onde o espiritualismo é a crença majoritária de sua população.
Porém, por coerência, se nos dizemos espiritualistas, se cremos que a vida continua após o corpo físico concluir sua tarefa, há que se agir em conformidade com essa crença.
É necessário sermos espiritualistas quando a morte chega nos privando da convivência diária e nos apartando fisicamente de um ente querido.
Somos muitos os que nos desesperamos, como se tudo acabasse e nunca mais fôssemos nos encontrar.
Quantos, ao deparar-nos com a morte do nosso amor, nos revoltamos contra Deus ou questionamos seus desígnios?
Seria mais coerente apenas chorar de saudades, na certeza de que a vida não acaba e que o amor vence as distâncias e o tempo.
É necessário sermos espiritualistas quando tomamos nossas decisões profissionais, mantendo valores e dignidade e não nos vendendo por um tanto a mais de moedas.
Afinal, de que vale ter o bolso cheio e a consciência em conflito?
Logo mais, retornaremos à pátria espiritual. E nesse momento, a conta bancária aqui permanecerá, embora nossa consciência nos acompanhe aonde formos.
É necessário sermos espiritualistas ao educarmos nossos filhos, mostrando-lhes que o grande objetivo da vida é construirmos nossa felicidade, e não o possuirmos muito, o que, em grande parte das vezes, pouco significa.
Dessa forma, ao nos dizermos espiritualistas, tendo ou não uma religião, necessário se faz que sejamos também coerentes com nossas crenças.
Ser espiritualista é muito mais do que ter uma religião, seguir um credo ou repetir as externalidades dos cultos.
Na verdade, não ser materialista é ter a crença profunda, capaz de refletir em nossos valores e atos, de que sabemos plenamente que a vida em abundância não é esta que vemos, mas aquela que nos aguarda logo mais, após esta rápida passagem pelo planeta.
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Pensemos: declarando-nos ou considerando-nos espiritualistas, estamos agindo de maneira diversa dos materialistas?
Quantas vezes, em nosso cotidiano, não estamos nos posicionando como quem não tem convicção da imortalidade do Espírito?
Pensemos a respeito e sigamos no mundo com a certeza de que a vida verdadeira se encontra para além da aduana da morte.
Redação do Momento Espírita.
Em 12.4.2014.
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