Conta-se que um filósofo, ao atravessar um longo rio, numa canoa, perguntou ao canoeiro se ele entendia de Astronomia.
Não, senhor! Respondeu o canoeiro. Em toda minha vida nunca ouvi falar nesse nome.
E o filósofo replicou: Sinto muito que você haja desperdiçado a quarta parte de sua vida. Você sabe alguma coisa de Matemática?
O pobre homem sorriu, e lhe disse: Não!
Então, tornou a dizer o interlocutor: Você perdeu outra quarta parte de sua vida.
Depois, perguntou pela terceira vez: Sabe algo sobre Geologia?
Não, nunca fui à escola, respondeu o canoeiro.
Bem, amigo, quase toda a sua vida foi mal empregada.
No mesmo momento da conversa, a canoa bateu numa pedra e, enquanto o canoeiro tirava a jaqueta para nadar até a margem do rio, perguntou ao filósofo: O senhor sabe nadar?
Não, respondeu prontamente.
Sinto muito, mas o senhor desperdiçou toda a sua vida, porque a canoa afundará em poucos minutos.
Muitos de nós costumamos agir como o filósofo, diante das pessoas que julgamos menos inteligentes que nós.
Temos que convir, entretanto, que as inteligências são variadas e relativas.
Há engenheiros brilhantes que fazem cálculos complexos e não conseguem precisar o tempo de cozimento de uma porção de arroz.
E há pessoas analfabetas ou de muito pouco conhecimento que fazem isso com naturalidade.
Existem pilotos competentes que operam com precisão dezenas de botões e põem a gigantesca nave no ar, mas ficam paralisados diante de um ferro elétrico e uma simples camisa para passar.
Há professores brilhantes que ensinam matérias difíceis aos seus alunos e não conseguem manejar o controle de um vídeo-game, como o fazem os jovens a quem ensinam.
Dessa forma, percebemos que há inteligências e inteligências. E cada um de nós entende sobre determinado assunto, mais ou menos que as outras pessoas.
Os Espíritos superiores afirmam que a felicidade suprema consiste no conhecimento de todas as coisas.
Assim, um dia todos teremos que saber tudo.
E é graças ao intercâmbio dos conhecimentos que cada um de nós aprende um pouco a cada dia.
E esse intercâmbio se dá na convivência em sociedade. Quer seja no lar, no trabalho, ou no lazer, estamos sempre aprendendo com alguém e transmitindo nossas experiências aos outros.
Desse modo, vivamos de maneira que possamos transmitir aos outros os conhecimentos que possuímos, sem ostentação, e captar os ensinamentos dos outros, com humildade e alegria.
* * *
O aprendizado é cumulativo.
Isto quer dizer que nada do que aprendemos se perde no tempo e cada aprendizado serve de base para novos conhecimentos.
O Espírito não retrograda, em sua marcha evolutiva.
Ele pode estacionar em uma ou outra reencarnação, mas retroagir não.
Quando Jesus afirmou que poderíamos fazer o que Ele fez e muitas outras coisas, estava afirmando a nossa possibilidade de chegar à perfeição.
Assim sendo, vale a pena aprender cada vez mais, para chegar mais rápido à perfeição relativa que nos cabe.
Redação do Momento Espírita, com base em
história narrada pelo orador espírita Raul Teixeira.
Em 22.03.2010.