Uma das maiores dificuldades com que se debate a Humanidade é o orgulho.
Chaga destruidora, se instala na nossa intimidade e não permite que nos libertemos com facilidade.
Quando a razão alerta que é melhor perdoar, o orgulho se manifesta sobranceiro impedindo a atitude.
Quando o coração manifesta o desejo de estender a mão da fraternidade, surge o orgulho e detém o gesto.
Se a consciência nos adverte quanto aos equívocos cometidos, o orgulho brota soberano e nos faz acreditar que somente os outros são capazes de se equivocar.
Quando o aviso vem de fora, através de um amigo ou familiar, imediatamente se faz presente o orgulho e nos impede de aceitar qualquer observação contrária à nossa posição.
Dessa forma, o orgulho, de mãos dadas com o egoísmo, constituem as duas chagas da sociedade.
Duas chagas intimamente arraigadas nas almas, que as impedem de ver o verdadeiro caminho da felicidade.
Normalmente o orgulho costuma se disfarçar de amor próprio e o egoísmo de previdência.
Vale distinguir bem uma coisa da outra, para que não nos enganemos na avaliação dos nossos sentimentos.
O orgulho é arrogante, cheio de empáfia, e sempre nos leva ao despotismo. Queremos que todos nos respeitem e agimos como se fossemos o protótipo da perfeição.
O orgulhoso não pondera nada, ou se o faz, faz por conveniência.
Já o amor próprio tem a face da brandura. Aquele que se ama age com amor para com os seus semelhantes.
O amor próprio é muito distinto do orgulho. O orgulhoso não perdoa, por achar que todos devem respeitar sua pseudoautoridade.
Já o amor próprio vê no semelhante um verdadeiro irmão. Percebe que se seu amor é capaz do autoperdão, também o é do perdão às falhas alheias.
Quanto à confusão do egoísmo com a previdência, é importante que atentemos para nossa intenção mais secreta.
Se, tendo condições, só pensamos em nós ou em nossos familiares, e esquecemos dos que caminham no mundo sem recurso algum, isso não é previdência, mas egoísmo.
Se somos adeptos do cada um por si, estamos nos esquecendo da Lei de Sociedade, que é uma das Leis Divinas.
É importante que pensemos em nós e nos nossos com previdência. Mas também o é que não só em nós e nos nossos pensemos.
Se todos somos irmãos, nossa visão deve ser alargada para abranger o conjunto. E, se pudermos contribuir de forma efetiva com o bem-estar dos nossos semelhantes que o façamos com altruísmo.
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Somente os corajosos conseguem triunfar do orgulho e do egoísmo.
Costuma-se dizer que o corajoso não leva desaforo para casa. Mas, em verdade, a coragem e a verdadeira superioridade estão na tolerância de uma injúria e não no revide.
É tão fácil reagir diante de uma ofensa. É tão comum devolver o troco com a mesma moeda. O difícil e, portanto, menos comum, é mostrar a outra face. A face da brandura, da tolerância, da verdadeira grandeza de caráter.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 18.2.2014.