Conta-se que em um reino havia um rei que, por sua bondade e justiça, era amado por todo seu povo.
Todos os anos, no dia do seu aniversário, um grande jantar era organizado e os três maiores nobres do reino lhe ofertavam presentes.
A esperada data havia chegado. Um grandioso banquete foi preparado.
O momento da entrega dos presentes se avizinhava e um dos três nobres não havia chegado.
Como não podiam mais aguardar, os outros dois se aproximaram do trono.
O primeiro deles ofereceu ao rei um livro, que continha ricas lições de sabedoria.
O soberano sorriu e agradeceu pela gentileza, mas não demonstrou muita empolgação diante do presente recebido.
O segundo ofertou ao rei um belíssimo anel de ouro, que foi recebido com um sorriso e um aceno de cabeça mas, também, sem muita animação.
Foi nesse momento que adentrou o salão o terceiro nobre que, prostrando-se diante do rei, lhe disse:
Majestade, eu não sou digno de vos olhar. Perdoai-me o atraso e também por não vos haver trazido um presente digno de vossa grandeza.
O rei, paciente, olhou para seu súdito e indagou:
Mas, por qual razão tu te atrasaste?
Meu senhor, respondeu o nobre, eu vinha pela estrada trazendo-vos duas preciosíssimas pérolas.
Porém, ao longo do caminho, deparei-me com uma mulher que trazia consigo um filho e ambos estavam famintos.
Para que ela pudesse se estabelecer com a criança em uma estalagem e receber adequada alimentação diária, ofertei ao dono do estabelecimento uma das pérolas.
Ainda no caminho, prosseguiu ele, encontrei um homem que, tendo sua esposa muito doente, pedia esmolas a fim de lhe custear o tratamento de saúde.
Como ninguém o ajudava, entreguei a última pérola, para que ele tivesse as condições necessárias para tratar a doença da esposa.
Por isso, majestade, atrasei-me e tenho as mãos vazias.
Com um largo sorriso no rosto, o rei se levantou do trono, abraçou o súdito e lhe disse:
Homem de bom coração, trazes hoje grande alegria para mim, pois só é possível um homem ser feliz, verdadeiramente, quando os pequenos que o cercam são engrandecidos pelas pérolas da caridade e da benevolência. Obrigado!
* * *
Mateus, no capítulo vinte e cinco de seu Evangelho, registra o ensinamento do Cristo: Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis.
A fé, a busca pela verdade, a conquista das virtudes só possuem valor absoluto quando nos conduzem à caridade, porta de entrada à compreensão e à vivência do verdadeiro amor.
Marchemos adiante, sempre em frente, sem jamais nos esquecermos de olhar, vez ou outra para os lados, a fim de estendermos a mão àqueles que necessitem.
Sem cobranças, sem imposições, sem interesses. Auxiliemos, com o entendimento maior de que ali não estão simplesmente o doente, o faminto, o sofredor e, sim, nosso irmão.
Vós sois a luz do mundo e o sal da Terra. Lembremo-nos sempre dessa responsabilidade dada a cada um de nós pelo Mestre Nazareno.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 28.2.2014.
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