Da sabedoria de um anônimo colhemos as seguintes exortações: É absolutamente necessário que se compreenda o erro daqueles pais que se propõem a dar ao filho felicidade, como quem dá um presentinho.
O máximo que se pode fazer é encaminhá-lo em direção a ela, para que ele a conquiste.
Quanto menos trabalho tiverem os pais nos primeiros anos, mais, muitíssimo mais, terão no futuro.
Habitua-o, mãe, a colocar cada coisa em seu lugar e a realizar cada ação a seu tempo. A ordem é a primeira lei do céu.
Que não esteja ocioso. Que leia, que desenhe, que te ajude em alguma atividade, que se acostume a ser atento e prestativo.
Deixa algo no chão para que ele o recolha. Incentiva-o a limpar, arrumar, cuidar ou elaborar alguma coisa; que te alcance certos objetos de que necessitas.
Enfim, brinda-o com as oportunidades para que use suas energias, sua atividade, sua vontade e ele o fará com prazer.
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Certamente, com a preocupação de bem desempenhar a sua missão junto ao filho, é que um pai escreveu a seguinte oração:
Dá-me, senhor, um filho que seja forte o bastante para saber quando é fraco. E valente o bastante para enfrentar a si mesmo quando sentir medo.
Dá-me um filho que nunca se curve quando deve erguer o peito. Um filho que saiba conhecer-Te, e conhecer a si mesmo, que é a pedra fundamental de todo conhecimento.
Conduze-o, não pelo caminho cômodo e fácil, mas pelo caminho áspero, atormentado pelas dificuldades e os desafios, e, aí, deixa-o aprender a sustentar-se firme na tempestade, e a sentir compaixão pelos que falham.
Dá-me um filho cujo coração seja claro, cujos ideais sejam altos. Um filho que domine a si mesmo, antes que pretenda dominar os demais.
Um filho que aprenda a rir, mas também a chorar. Um filho que avance em direção ao futuro, mas que nunca se esqueça do passado.
E depois que lhe tiveres dado tudo isso, adiciona-lhe, suplico-te, suficiente senso de humor, de modo que possa ser sempre sério, mas que não tome a si mesmo demasiadamente a sério.
Dá-lhe humildade, para que possa recordar sempre a simplicidade da verdadeira grandeza, a imparcialidade da verdadeira sabedoria, e a mansidão da verdadeira força.
Então, eu, seu pai, me atreverei a murmurar: “Não tenho vivido em vão.”
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A maternidade e a paternidade são missões das mais relevantes na face da Terra.
Quando os pais recebem, no lar, um Espírito reencarnado na qualidade de seu filho, recebem de Deus o voto de confiança que o poderão bem conduzir na vida, levando-o a progredir.
A tarefa não é tão difícil quanto possa parecer. Não exige o saber do mundo, podendo ser desempenhada pelo ignorante como pelo sábio.
O trabalho é como o de um jardineiro que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê despontar na árvore. O resultado é primoroso.
Por isso, não devem os pais se esquecer que, ao investirem na educação do filho, estão semeando para a eternidade, desde que o Espírito é imortal e seu destino final é a perfeição.
Redação do Momento Espírita, com base no texto Como filho
pobre, de autoria ignorada e no cap. Oração de um pai, de Douglas
McArthur, ambas do livro Um presente especial, de Roger Patrón
Luján, ed. Aquariana.
Em 19.2.2014.
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