É comum se ouvir pessoas afirmarem que não têm fé. Que não conseguem entender a fé de outras tantas criaturas, que se mostram confiantes na vida, apesar da turbulência que ela apresenta, cheia de problemas, surpresas, acontecimentos desagradáveis.
No entanto, a fé natural é um fenômeno próprio do ser que pensa. Manifesta-se, mesmo de forma inconsciente, nas mais variadas situações e circunstâncias existenciais da criatura.
Por exemplo, se deixar conduzir sem preocupação em todos os instantes, é demonstração de fé na vida, nas pessoas, em todas as coisas.
Em todo crepúsculo, observamos o sol desaparecer no horizonte e as trevas tomarem conta da Terra. Nem por isso nos apavoramos pensando que a escuridão se fará perene e ficaremos mergulhados na noite mais densa para sempre.
Sem maiores pensares, aguardamos tranquilos o brilho das estrelas e os raios da lua para iluminar as horas que antecedem o novo amanhecer.
E quando despertamos, no novo dia, nenhum de nós se mostra preocupado em vasculhar os céus à procura do astro rei, porque guardamos a certeza de que ele estará lá, fiel, atento, e logo surgirá com toda pompa, no seu carro de ouro e carmim.
E também sem nos apercebermos, respiramos constantemente, absorvendo o ar que nos enche os pulmões e nos assegura a vida. Nunca pensamos que, em um dado momento, o ar, de repente poderia não mais existir e todos nós morreríamos. Simplesmente respiramos.
Quando a tempestade assombra as paisagens da Terra com a sinfonia bulhenta dos acordes vibrantes dos trovões e dos ventos, mesmo assim, ninguém pensa que aquele panorama se eternizará.
O próprio ditado popular já assevera: Após a tempestade, vem a bonança. E ficamos no aguardo de que a chuva passe, os ventos se acalmem, e o sol surja outra vez, soberano, quente, brilhante.
Assim como damos estes atestados inconscientes de fé em tantas coisas, o fazemos com relação às pessoas.
Quando tomamos o coletivo que nos conduzirá ao trabalho, confiamos, mesmo sem pensarmos, no motorista que vai dirigindo. Confiamos na sua habilidade na direção, no seu conhecimento das leis de trânsito, no seu equilíbrio emocional.
Quando entramos em um avião, confiamos no comandante e na sua equipe. Confiamos no seu conhecimento, na sua técnica e habilidade para pilotar o enorme pássaro de aço que nos deverá conduzir, em breves horas, a longas distâncias.
E, todos os dias, confiamos que o responsável pelo supermercado providencie as mercadorias de que necessitamos, que o padeiro erga-se pela madrugada e asse os pães para o nosso café da manhã.
Sobretudo, confiamos os nossos filhos a professores, nas escolas, para que lhes ilustrem as mentes. O que equivale, sim, a dizer que o nosso agir demonstra que temos fé na vida, nas pessoas, em todas as coisas...
Essa fé espontânea, natural é a semente que logo mais, ou um pouco depois, despertará em nós também as energias da fé religiosa.
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A fé é a estrela polar em noite escura, apontando o rumo para a vitória.
A fé é força e vitalidade, constituindo a segurança em qualquer empreendimento.
Quanto mais exercitada, mais se agiganta. Membro importante do contexto humano, é a alma da vida. Sem a fé a vida perderia o seu significado evolutivo porque fé e vida são partes integrantes da equação do progresso.
Redação do Momento Espírita, com frases
finais do cap. 10, do livro Desperte e seja feliz,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 23.1.2014.
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