Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Quem reconheceria naquele Homem as grandezas da Sua alma?

O mundo estava, e ainda está, acostumado a avaliar as coisas pelos olhos, não entendendo as ponderações do coração.

Por isso, muitos sábios, ricos e doutores O desprezaram, enquanto outros, maltrapilhos, andrajosos, doentes, entenderam a música que Ele cantava.

Quem diria que o Rei Celeste viria para servir?

Os sonhos infantis da Humanidade O esperavam como um mandatário, a exigir que, sob o peso de Sua espada, todos se prostrassem aos Seus pés.

Ele, porém, foi capaz de se fazer servo, lavando os pés dos apóstolos, ensinando as lições ainda incompreendidas da humildade e da simplicidade.

Como seria possível perceber naquela figura um homem santo?

Uma vez que andava com os leprosos, conversava com as meretrizes, ceiava com publicanos, como não haveria Ele de se contaminar com os impuros?

Porém, impoluto, mostrou que a pureza é capaz de limpar todas as máculas, a ponto de um dos Seus asseverar que o amor é capaz de cobrir uma multidão de pecados.

Chamou-nos de ovelhas, a fim de que entendêssemos ser Ele o Bom Pastor.

E convidou-nos a segui-lO, tomando apenas do Seu fardo leve e de Seu jugo suave.

Em nome de um amor nunca visto antes, e até hoje pouco vivido, foi capaz de curar cegos, limpar carnes apodrecidas, converter os iludidos da vida e revolucionar o mundo.

Curou no sábado, travou conversa com a mulher samaritana, convidou o cobrador de impostos a segui-lO.

Mostrou que a pobre viúva doava mais do que o rico fariseu. Serviu-se da figura da figueira seca, sem frutos, para falar da necessidade de sempre se produzir boas obras.

E, curando a tantos, alertava que não adiantaria deitar vinho bom em odre velho, convidando, portanto, à renovação dos pensamentos, das atitudes, do proceder.

Como irmão mais velho e experiente, explicou-nos que Deus é Pai, Pai bondoso e generoso, provedor de todas as nossas necessidades.

Aquietou nossas aflições no relicário da fé.

E amou incondicionalmente. De tal maneira e com tanta intensidade, que o Seu cantar, desde a primeira hora, embriagou heróis e heroínas, que se imolaram em nome de viver a Sua mensagem: queimados nas fogueiras, estraçalhados pelas feras.

Depois foram os primeiros pensadores, modificando-se, reformando-se moralmente, no entendimento da Sua mensagem.

Não tardou, vieram os mais santos, a fim de retomar a simplicidade da Sua mensagem, já perdida no lamaçal das paixões humanas.

E, mais recentemente, não faltaram aqueles a se destacarem na multidão, por se permitirem amar, tal qual Ele veio propor.

Afinal, quem é esse Homem, quem é Ele em nossa vida?

Pilatos, ao apresentá-lO à multidão, a fim de satisfazer a turba, apenas se referiu a Ele dizendo: Ecce Homo. Eis o Homem.

Extraordinária síntese. Ali estava o homem integral, pleno.

Mas, para aqueles que se deixam sensibilizar pela Sua proposta, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. O Bom Pastor, a Luz do mundo, a plenitude.

Neste Natal, reflitamos o que Ele, o bom Jesus, tem representado em nossa vida.

Lembremos que soa a hora em que, finalmente, haja guarida para Ele na morada do nosso coração, para que, em definitivo, se faça Natal perene em nós.

 

Redação do Momento Espirita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP.
Em 9.9.2014.

 

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