Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O segredo

A faixa, estendida num ponto estratégico de rua de grande circulação de veículos, nos chamou a atenção. Após o nome de uma mulher, a inscrição dizia: Obrigado por esses quarenta anos de convivência. Te amo. E havia o nome de um homem.

Quarenta anos. Uma vida. Qual seria o segredo desse relacionamento profundo e duradouro?

Em quarenta anos, os filhos nasceram, cresceram e se foram, deixando o ninho vazio. Os dois estão agora como começaram: a sós.

Em quarenta anos, mudou a maneira de se entender muitas coisas, mudou a moeda, mudou o governo. Em quarenta anos, o país passou por crises financeiras diversas.

Faltou água, houve enchentes, faltou energia elétrica, amigos morreram, novas amizades surgiram.

Mas o amor dos dois permaneceu. Sobreviveu a tudo. A todas as crises. como?

Talvez a receita se encontre no respeito, no diálogo e na confiança que caracterizam o verdadeiro amor, tal como escreveu, um dia, Thomas Gordon:

Tu e eu vivemos um relacionamento que valorizo e quero conservar. No entanto, cada um de nós é uma pessoa diferente, com suas próprias necessidades e o direito de satisfazê-las.

Quando tiveres dificuldade para resolver teus problemas, tratarei de escutar-te cordialmente e ajudar-te, com o objetivo de que encontres tuas próprias soluções, ao invés de depender das minhas.

Da mesma maneira, tratarei de respeitar o teu direito de escolher as tuas próprias ideias e desenvolver teus próprios valores, mesmo que esses sejam diferentes dos meus.

Quando tua atividade interferir no que devo fazer para a satisfação das minhas necessidades, te comunicarei aberta e honestamente como me afeta a tua conduta, confiando que tu me compreenderás e ajudarás no que puderes.

Da mesma maneira, quando algum dos meus atos te for inaceitável, espero que me comuniques, com sinceridade, teus sentimentos. Escutarei e tratarei de mudar.

Nas ocasiões em que descobrirmos que nenhum dos dois pode mudar sua conduta para satisfazer as necessidades do outro, reconheçamos que temos um conflito que requer solução.

Comprometamo-nos, então, a resolver cada um desses conflitos, sem recorrer ao uso do poder ou da autoridade, para vencer, às custas da derrota do outro.

Esforcemo-nos para encontrar uma solução que seja aceitável para ambos. Tuas necessidades serão satisfeitas e também as minhas. Ambos venceremos e nenhum de nós será derrotado.

Nossa relação poderá ser suficientemente positiva para que, nela, cada um de nós possa esforçar-se para chegar a ser o que é capaz de ser.

E poderemos continuar nos relacionando um com o outro com respeito, amor e paz mútuos.

*   *   *

A finalidade do amor é amar. E amar significa doar, servir, renunciar.

Amar significa comprometer-se, entregar-se totalmente com a esperança de produzir amor na pessoa amada.

Todo ser humano deseja sentir-se amado, aquecido, acompanhado e bem cuidado por alguém.

Mas esse bem não se tem, se não se oferece outro semelhante, porque só o amor gera amor.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Meu relacionamento com os outros, de Thomas Gordon,
do livro
Um presente especial, de Roger
Patrón Luján, ed. Aquariana.
Em 19.11.2013.

 

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