Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Tesouros ocultos

Uma das cartas que, recentemente, recebemos nos trouxe uma indagação sui-generis: Os espíritos podem nos fornecer os números da loto ou da sena para que se ganhe o prêmio?

A pergunta é curiosa, com certeza, considerando-se que nos dias em que foi redigida, a sena estava acumulada e a soma era tentadora.

Já no Século XIX, quando foi codificada a Doutrina Espírita, se indagou aos Espíritos: Podem os Espíritos fazer que se descubram tesouros? A resposta foi clara e sensata:

Os Espíritos superiores não se ocupam com essas coisas.

Os zombeteiros, muitas vezes, indicam tesouros que não existem, ou se divertem em dizer que estão em um lugar, quando se acham em lugar oposto.

Se a Providência Divina reserva tesouros para alguém, esse os achará naturalmente. De outra forma, não.

Isso nos recorda da história de um homem que, certa vez, teve oportunidade de falar a um Espírito e lhe pedir que o ajudasse achar um tesouro oculto.

Ele havia ganho um grande terreno, como herança de um tio que morrera recentemente.

O tio era tido na localidade como homem de muitas posses.

Comentava-se que ele enterrara ouro e pedras preciosas, mas ninguém sabia, ao certo, onde o fizera.

O sobrinho resolveu pedir ao Espírito que o ajudasse.

Onde estava o tesouro? Na casa? No terreno? Em que local do imenso terreno?

O Espírito, calmo, lhe deu as primeiras orientações para que cavasse em determinado ponto.

Como ali o rapaz nada encontrasse e o Espírito lhe apontasse outras e outras diretrizes, ele foi cavando, cavando... Foram dias de trabalho árduo.

Finalmente, desanimado e um tanto chateado com o Espírito, que assim parecia brincar com ele, falou:

Já cavei em todas as direções. O terreno está cheio de buracos a espaços quase regulares. E não achei nada. Nadinha mesmo. O que faço agora?

Novamente o Espírito tranquilo, lhe falou: Meu filho, pois agora aproveite todo o seu esforço e plante laranjeiras.

O ouro que você busca se multiplicará nos braços carregados das árvores frutíferas. A verdadeira riqueza está no trabalho.

*   *   *

É isso mesmo. Quantos de nós desejamos ganhar na loteca, na sena, na loteria para não precisar mais trabalhar, obedecer horários, submeter-se à chefia, suportar pessoas difíceis etc.

A própria mídia, ao falar de prêmios em dinheiro, nessa ou naquela promoção milionária, mostra os desejos das pessoas de não fazer mais nada, além de passear, viajar, se divertir, gozar a vida. Um dolce far niente.

No entanto, feliz é quem pode dizer ao fim do dia: Trabalhei honestamente.

Ganhei o meu dia com dignidade. Graças a Deus posso ter minha mente, minhas mãos no serviço honrado.

 

Você sabia?

 

...que os Espíritos também trabalham? Pois é. Suas ocupações são proporcionadas ao seu grau de adiantamento.

Uns percorrem os mundos, instruindo-se e se preparando para uma nova encarnação.

Uns tomam sob sua tutela indivíduos, famílias, aglomerações humanas, cidades e povos dos quais se tornam anjos da guarda, gênios protetores e Espíritos familiares.

Outros presidem aos fenômenos da natureza, tornando-se seus agentes diretos.

E os Espíritos comuns se intrometem nas ocupações e divertimentos dos homens.

*   *   *

Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, o quanto conquistou.

 

Redação do Momento Espírita, com base
no item 584ª de
O livro dos Espíritos e no item
295, de
O livro dos médiuns, ambos de Allan
Kardec, ed. FEB.
Em 6.11.2013.

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