Relata o Evangelista Lucas que, em certa ocasião, Jairo, chefe da sinagoga, veio ao encontro de Jesus e, se prostrando aos Seus pés, implorou que Ele fosse a sua casa e curasse sua filha.
Atendendo o pedido, o Mestre se levantou e seguiu aquele pai angustiado.
Pelo caminho, uma senhora, que há muitos anos estava doente, aproximou-se de Jesus e lhe tocou o manto, pois acreditava que esse fato haveria de curá-la. E assim sucedeu.
O Rabi, entretanto, inquiriu quem O houvera tocado.
A mulher, prostrou-se diante do Mestre e confessou que fora ela quem O tocara.
Jesus, fitando-a, afirmou: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz!
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Muitos somos os que afirmamos ter fé.
Jesus prescreveu que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, removeríamos montanhas.
A fé, enquanto virtude, tal qual o perdão, a caridade, a paciência, é conquista do Espírito e, portanto, somente se dá através da prática e da vivência.
De nada adianta uma fé que não é capaz de consolar nosso coração quando um ente querido retorna à pátria espiritual, morada de todos nós.
Uma fé que não é capaz de nos manter de pé diante da mágoa, da ofensa, da dor, da humilhação, da ingratidão.
De nada adianta uma fé que não é capaz de dialogar conosco, preenchendo-nos de esperança diante dos problemas-lições que, diariamente, somos convocados a superar e, principalmente, com cada um deles aprender.
É na experiência diária e, em especial, nos momentos mais críticos de nossa existência, que somos convidados a dar testemunho de nossa fé.
Sendo assim, que cada gesto, cada palavra, cada decisão que tomarmos possa ser regada com os bons eflúvios da fé.
Se bebermos, diariamente, nessa fonte que nunca seca, teremos guia seguro para o progresso intelecto-moral e para a conquista da felicidade que almejamos.
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Olhai as aves do céu e os lírios do campo, recomendou-nos Jesus.
Desde os menores animais às mais delicadas plantas, até as grandes esferas que figuram precisas e harmoniosas na imensidão do Universo, em tudo percebemos os traços do Criador.
Se o Pai Celeste por tudo zela, certamente também assim o faz por nós, Seus filhos muito amados.
Se hoje permite que experimentemos dores diversas, é por saber que delas somos necessitados e essa é a via que nos levará à cura de nossas almas chagadas pelas mazelas morais.
Igualmente, como fez a senhora enferma, permitamos que nossa fé nos salve de nosso orgulho, de nossa maledicência, de nosso egoísmo, de nossa falta de caridade.
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Se Jesus é o Mestre e o Evangelho é o caminho, a fé é a candeia que, pouco a pouco, ilumina a escuridão que ainda há em nós.
A fé é uma necessidade espiritual, que não podemos desprezar.
É lâmpada-bússola que nos aponta rumos seguros, impedindo que nos venhamos a abater ante a noite escura das dificuldades.
Passo a passo, atendamos a recomendação do Senhor: Brilhe a vossa luz!/
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no capítulo VIII,
versículos 40 a 56, do Evangelho de Lucas e no verbete Fé, do livro
Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 9.10.2013.
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