Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O que herdam de nós os filhos?

Afinal, quem são nossos filhos, o que representam em nossas vidas e o que representamos nós na vida deles, além do simples rela­cionamento pais e filhos?

O que herdam de nós ao nascer?

São questões fundamentais trazidas por Hermínio Miranda, em sua obra Nossos filhos são espíritos.

O estudioso afirma que longe de respostas mais claras e objetivas, ou, pelo menos, de hipóteses orientadoras, o que observamos, no dia a dia das lutas e alegrias da vida, é diferente:

uma coletânea de clichês obsoletos, ou seja, ideias preconcebidas e cristalizadas que, de tão repetidas, assumiram status de verdades inquestionáveis.

Verdades que vamos aceitando meio desatentos, sem procurar examiná-las em profundidade.

Por exemplo: o Marquinho puxou o jeito enérgico da mãe, ou a Mônica herdou a inteligência do pai, ou o gosto da tia pelas artes plásticas, ou, ainda, o temperamento da avó Adelaide.

A primeira coisa a desaprender com relação às crianças é a de que elas não herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade.

Cada ser é único, em sua estrutura psicológica, preferências, inclinações e idiossincrasias.

Somente ca­racterísticas físicas são geneticamente transmissíveis: cor da pele, dos olhos, ou dos cabelos, tendência a esta ou àquela conformação física etc.

Entra ainda a predisposição a esta ou àquela enfermidade, ou a uma saúde mais estável, traços fisionômicos e coisas dessa ordem.

Quanto ao mais, não. Pais inteligentíssimos podem ter filhos medíocres, tanto quanto pais aparentemente pouco dotados podem ter filhos geniais.

Pessoas pacíficas geram filhos turbulentos e vice-versa, pais desarmonizados produzem crianças excelentes, equili­bradas e sensatas.

Qualquer um de nós poderá citar pelo menos uma dúzia de exemplos de seu conhecimento para testemunhar a exatidão dessas afirmativas.

Por isso, repetimos, cada criança, cada pessoa é única, é dife­rente, e embora possam ter duas ou mais, certas características em comum ou muito semelhantes, cada uma delas é um universo pró­prio, como que individualizado.

Até mesmo gêmeos univitelinos, ou seja, gerados a partir do mesmo ovo, trazem na similitude de certos traços físicos, diferenças fundamentais de temperamento e caráter.

Diferenças que os identificam com precisão, como indivíduos perfeitamente autônomos e singulares.

Definamos, portanto, um importante aspecto: os pais produzem apenas o corpo físico dos filhos, não o Espírito (ou alma) deles.

É fundamental que compreendamos que nossos filhos são Espíritos. São almas que trazem sua própria bagagem psicológica milenar, e que nascem em nosso lar por necessidade.

Necessidade de crescer, de aprender. Necessidade de corrigir equívocos; de ser referência, exemplo, num ninho doméstico despedaçado; necessidade de amar e ser amado.

*   *   *

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos.

O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo.

Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 2, do livro Nossos filhos
são Espíritos, de Hermínio Miranda, ed. Lachâtre e no item 8 do cap. XIV do
livro
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,ed. FEB.
Em 6.8.2013.

 

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