Qual a sensação de ouvir um som pela primeira vez, após vinte ou trinta anos sem ouvir nada?
Qual a sensação de escutar a voz da própria mãe para um bebezinho, deficiente auditivo, com alguns meses de idade?
A ciência dos dias de hoje tem conseguido dar esse presente a muitas pessoas, através de seus avanços fabulosos.
Os chamados implantes cocleares possibilitam sensações auditivas próximas às fisiológicas, e cada vez mais se multiplicam pelo mundo.
Multiplicam-se também os vídeos pela internet, mostrando esses momentos inesquecíveis na vida de algumas pessoas.
As reações são emocionantes. O sorriso dos bebês é dos mais lindos que se possa imaginar, ouvindo a voz da mãe pela primeira vez.
O brilho nos olhos e o choro dos jovens e dos adultos,é das coisas mais belas que circulam pelos meios digitais hoje em dia.
Só eles sabem realmente o que é sair do silêncio, das limitações de um mundo pouco preparado para entendê-los, e encontrar uma nova realidade, a realidade dos sons, da música, do ouvir.
É um despertar para uma realidade nova. É ganhar um novo sentido, com o qual nunca se pôde contar antes.
Abre-se um novo mundo de possibilidades e de belezas sem fim.
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Quando deixamos o silêncio da vida materialista e, finalmente, encontramos os sons da vida espiritual, dá-se algo maravilhoso também.
Quando o ser se descobre imortal, quando entende e sente, finalmente, que sua parte Espírito nunca perecerá, descortina-se igualmente uma nova realidade de possibilidades e belezas sem fim.
Os valores mudam. Tudo que consideramos importante é reavaliado. Refletimos sobre nossos objetivos aqui, sobre quem somos e se não podemos ser mais.
Entender a vida do Espírito e a relação que temos, incessante e pulsante, com o mundo espiritual, é como sair de um silêncio milenar e começar a ouvir.
Ouvimos as leis de Deus e Sua imensa amorosidade.
Ouvimos a reencarnação e as novas chances que ela nos dá.
Ouvimos a voz dos amados que já se foram e dos que ainda chegarão.
Ouvimos as melodias elaboradas e profundas do amor, como nunca antes fomos capazes de ouvir.
Ouvimos nosso próximo de forma diferente. Não mais como uma ameaça ou mesmo um estranho, mas como um irmão, trilhando o mesmo caminho, a mesma jornada.
Ganhamos um novo sentido quando nos aceitamos e nos entendemos como Espíritos.
Sentido de sentir algo a mais. Sentido de objetivo, de motivação, de força para prosseguir em meio aos desafios constantes da vida.
Façamos esse exercício: assistamos a um desses vídeos, entregando-nos à emoção daquelas pessoas, e façamos essa reflexão: como será escutar, pela primeira vez, a voz da vida verdadeira, da vida do Espírito.
Nada será igual, tenhamos certeza. Nosso sorriso não será o mesmo. Nossas lágrimas não serão as mesmas.
Como será ouvir pela primeira vez?
Redação do Momento Espírita.
Em 31.5.2013.
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