Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Mães do silêncio

Em Belém, a noite clareava-se pela conta infinita de estrelas que pairava no firmamento. Eles procuravam por um quarto simples em uma hospedaria, no qual pudessem passar a noite.

Mas faltavam vagas. Um nobre senhorio, tomado de compaixão pela senhora que se encontrava em estágio final de gestação, ofereceu-lhes sua estrebaria, de modo que, ao menos, não dormissem ao relento.

Agradecido, o casal acomodou-se sobre o feno destinado à alimentação dos animais. Naquela mesma noite, a jovem deu à luz um menino, cujo nome já havia sido escolhido: Yeshua, do original hebraico ou Jesus, na tradução latina.

O casal, José e Maria, O contemplavam. Seus pequenos olhos, Suas mãos frágeis, os movimentos de Seu diminuto corpo.

Após ligeiro descanso, Maria tomou o menino ao colo e, amamentando-O, sentiu seu coração de mãe ficar apertado. Ela sabia da grandiosa missão de seu pequeno, da imensa responsabilidade dEle para com toda a Humanidade.

Trinta anos se passaram.

Então, seguido por doze apóstolos, Jesus iniciou Sua vida pública, trazendo à Humanidade a lei magna do Universo: a lei do amor.

Em oposição ao olho por olho, dente por dente, ofereceu o perdão, o amor ao próximo, a caridade e a humildade.

Por vezes, foi criticado, atacado e, até mesmo, posto à prova, por conta de Suas ideias revolucionárias. Manteve-se sempre na postura de quem serve, de quem se doa.

O ponto culminante foi quando, diante da autoridade romana, foi-lhe destinado o madeiro da cruz. Inocente de toda culpa, foi crucificado por não agradar aos interesses da classe dominante da época.

Por trás de toda Sua missão e Sua via crucis, esteve a figura de Maria. Seu coração de mãe sofreu todos os amargurantes momentos que culminaram na crucificação de seu filho.

Silenciosa e humilde, ela legou à Humanidade um grande exemplo de resignação.

*   *   *

Em toda mãe, há um traço de Maria.

São mães que se desesperam diante de um filho dependente químico. Mães que dormem em frente aos presídios, esperando o horário das visitas. Mães cujos corações se desfazem em saudades do filho que retornou à pátria espiritual.

Mães que se abstêm de horas preciosas de sono a velar o recém-nascido, um filho doente. Ou preocupadas com o filho adolescente que demora no retorno para casa.

Mães que, no silêncio de seus atos, amam sem interesse, que se oferecem em sacríficio, se necessário for, pelo bem-estar dos seus.

Mães que, a exemplo de Maria, sabem servir, se doar, se calar, sabem ouvir.

Mães que sempre possuem a palavra precisa, na hora certa e da maneira correta.

Mães que, mesmo do outro plano da vida, continuam a zelar e a interceder a Deus pelo filho de seu coração.

Mães que fazem do mundo um lugar melhor, embelezando-o com seus gestos de puro amor.

Discretas, singelas. Mães do silêncio.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 11.5.2013.

 

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