No ano de 1999, na pequena comunidade italiana chamada Greve in Chianti, localizada no coração da Toscana, surgiu um movimento internacional denominado Cittá slow, cujo significado é Cidade lenta.
Trata-se de uma proposta revolucionária de desenvolvimento urbano sustentável, que busca uma solução simples para conciliar o crescimento com a qualidade de vida, problema esse vivenciado por várias comunidades.
O movimentoCittá slow propõe a melhora da qualidade de vida dos cidadãos a partir de propostas vinculadas ao meio ambiente e ao respeito às tradições culturais.
As cidades slow não são contra os avanços tecnológicos. Elas incentivam para que a modernidade e a tradição possam conviver de forma equilibrada.
É uma revolução urbana que respeita a alma.
Simples na concepção, a ideia surgiu a partir do conceito de lentidão, proposto pelo movimento slow food, que tem o foco na qualidade e integridade da alimentação.
Em 2012, treze anos depois, o projeto está presente em cerca de cento e cinquenta cidades de vinte e cinco países, inclusive em vários com culturas diferentes da europeia, como China, Estados Unidos, Nova Zelândia, Coreia do Sul e África do Sul.
Para receber o certificado de Città slow, a cidade precisa ter menos de cinquenta mil habitantes e cumprir uma série de exigências.
Entre elas, aumentar a área verde e o número de ruas para pedestres, preservar as construções históricas, diminuir o barulho e defender as tradições locais.
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Hoje, muitos de nós manifestamos interesse em ter uma vida menos corrida e mais calma. Porém, cultivamos a ideia de que para alcançar esse objetivo, teríamos que morar em uma cidade que isso nos proporcionasse.
Quando somos acostumados a viver de modo agitado, de nada adiantará trocarmos o ritmo acelerado das grandes metrópoles por um refúgio no campo ou por uma cidade slow.
Podemos ter a oportunidade de viver em um ambiente sereno, que teoricamente nos proporcionaria calma e tranquilidade e ainda assim, nos mantermos agitados.
Por outro lado, sabemos que temos condição de nos mantermos tranquilos, por exemplo, em momentos de trânsito intenso de uma grande cidade.
É possível viver com menos agitação em qualquer lugar. A quietude interna é um estado que carregamos conosco, onde quer que estejamos.
Na verdade, o que determina como reagiremos às situações diversas é nosso ritmo interno.
Precisamos buscar formas de diminuir o desconforto que a agitação intensa do mundo moderno provoca em nossas vidas.
Procuremos nos afastar momentaneamente das atribulações, buscando a meditação e o entretenimento saudável. Esses são recursos valiosos para o reajustamento mental.
Da mesma forma que o corpo mostra os sinais de cansaço, sinalizando que o repouso é necessário, a mente também se cansa e desarmoniza.
Reservemos alguns momentos para que se refaçam nossos equipamentos mentais.
Façamos do tempo nosso aliado, examinando com cuidado como podemos proceder para que tenhamos menos fadiga e mais equilíbrio em nossos dias.
Redação do Momento Espírita, com base em entrevista de Paolo
Saturnini, criador do Movimento Città slow,
publicada no site da Ruschel & Associados.
Em 14.3.2013.