Aquela foi mais uma visita à maternidade, feita a um jovem casal que acabara de receber nos braços sua filhinha. A menina chegou ao mundo em um lindo dia de verão.
Fomos recebidos pelo pai que se mostrava radiante, transmitindo a alegria que lhe ia no íntimo.
Ao adentrarmos no quarto para conhecer a menininha, logo nos encantamos com sua expressão de doçura.
Natural que procurássemos saber notícias do bebê recém chegado, da mãe e também do pai, questionando se tudo correra dentro do esperado.
Quando perguntamos ao pai se ele havia acompanhado o parto, que se dera através de uma cirurgia cesariana, ele respondeu que esteve ao lado da esposa do começo ao fim do procedimento.
Relatou que, apesar de não se sentir à vontade em ambientes hospitalares, principalmente em uma sala de cirurgia, procurou manter a atenção ao que realmente importava naquele momento.
Durante o processo de nascimento da criança, não se ateve às questões práticas da cirurgia.
Concentrou-se na sua amada esposa, na filhinha tão aguardada e em toda a beleza daquele instante divino, deixando em segundo plano o ambiente, os equipamentos médicos e tudo mais que o rodeava.
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Podemos transferir esse olhar para várias situações que acontecem em nossas vidas e também para as pessoas.
Muitas das circunstâncias pelas quais passamos, por mais difíceis e complicadas que possam parecer, têm um lado que nos traz algum ensinamento, que nos mostra beleza.
Cabe a nós desenvolver esse olhar.
Por trás de alguém que tem dificuldades de relacionamento que, por vezes, trata os outros com indelicadeza, podemos encontrar um tesouro escondido, um baú repleto de qualidades e virtudes.
Busquemos valorizar o que cada um carrega de melhor em si. Agindo assim, estaremos sendo mais indulgentes com o próximo.
Procuremos enxergar o outro sem julgamentos pois, na maioria das vezes, não sabemos os motivos que o levam a agir dessa ou daquela maneira.
Mesmo que a pessoa tenha tomado o caminho equivocado ou que não tenha feito as melhores escolhas, dentro dela sempre existirá a bondade e o amor.
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Para que tenhamos uma convivência fraternal, aprendamos a valorizar os tesouros que cada um carrega dentro de si.
Procuremos dar importância às qualidades e não às imperfeições.
É necessário que estejamos em constante vigilância sobre nós mesmos para buscarmos agir com tolerância, adaptando-nos às pessoas com a disposição firme de ajudar.
Lembremo-nos de refletir sobre a Providência Divina, que nos mostra a tolerância em toda parte.
Deus não espera que a semente produza o fruto imediatamente após o seu plantio. Há o tempo de germinar, florescer e frutificar.
Tolerar é agir no bem.
O mundo precisa de indulgência para com as falhas alheias, de mãos que apoiem, sem julgamentos, aqueles que necessitam.
Sejamos nós essa luz que espalha beleza e enriquece o mundo.
Redação do Momento Espírita.
Em 23.2.2013.