Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Anjos decaídos

Na bíblia, conta-se o episódio da queda dos anjos.

Trata-se de uma narrativa rica de simbolismos e, por vezes, de difícil interpretação.

Causa perplexidade a ideia de que seres perfeitos possam, de repente, cair em desgraça.

Afinal, os sentimentos puros e a conduta reta e equilibrada são inerentes ao estado de perfeição.

Jesus é o único exemplo de ser angélico que já pisou o solo do planeta.

Invariavelmente sábio e bondoso, constitui o modelo a ser seguido pela Humanidade.

Entretanto, à parte a literalidade da linguagem, a passagem dos anjos caídos enseja relevantes reflexões.

Nela, estão estampados velhos vícios humanos.

Por exemplo, o desejo incontido de brilhar e de ofuscar os outros.

Segundo a bíblia, os tais anjos queriam se assemelhar a Deus, em Sua glória.

Outra falha corriqueira nos homens reside na ingratidão.

Veja-se que, tendo recebido tudo do Senhor da vida, os agraciados se revoltaram contra Ele.

Na esteira dessas reflexões, é possível concluir que essa tragédia bíblica se repete todos os dias.

Ela não costuma ser percebida diretamente, mas é comum.

Trata-se de homens dotados por Deus com os mais variados talentos, mas ingratos.

Podem ser intelectuais, artistas, empresários, professores ou administradores.

Embora ricos de possibilidades e recursos, não cuidam de tornar o mundo melhor.

São inúmeros os artistas que excitam o que há de pior nas criaturas.

Idealizam e executam obras de violência e devassidão.

Aproveitam sua notoriedade para propagar vícios e leviandades.

Engendram danças e músicas lascivas com o talento que Deus lhes concedeu.

O mesmo se dá com alguns grandes intelectuais.

De suas mentes saem invenções voltadas à guerra e à exploração.

Muitos deles, em sua arrogância, pretendem provar a inexistência do Criador.

Também há os empresários indiferentes à ética e ao interesse público.

Utilizam seu gênio para dominar os mercados, a todo custo.

O mesmo se pode afirmar de professores que dão maus exemplos aos alunos ou que pouco ensinam.

Todo homem talentoso, que não age em favor do progresso, corporifica a metáfora dos anjos caídos.

Por certo, não é perfeito.

Caso contrário, não erraria.

Mas recebeu da Divindade importante depósito do qual precisa dar conta.

Sua tarefa é tornar o mundo melhor, qualquer que seja a sua área de atuação.

Se decide utilizar seus recursos de forma egoísta, ou desvirtuá-los, lança-se em um precipício.

Por livre vontade, candidata-se a dolorosas expiações, que podem durar séculos.

Tudo no Universo pertence a Deus.

Em Sua bondade, Ele aquinhoa Seus filhos dos mais ricos e belos dons.

A felicidade e a plenitude decorrem da saudável utilização desses recursos.

Pense nisso.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 12.2.2013.

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