Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O exemplo

Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum.

Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo.

Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado.

A mãe o abriu e leu:

Mamãe me deve: por levar recados - três reais; por tirar o lixo - dois reais; por varrer o chão - dois reais; extras - um real. Total que mamãe me deve: oito reais.

A mãe se espantou, no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada.

O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto.

Correu para a mesa do almoço.

Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais. Os seus olhos faiscaram.

Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa.

Mas, então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado.

Ele abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta:

Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada. Por cuidar da sua catapora - nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos-  nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada. Total que filhinho deve à mamãe - nada.

O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra.

Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe.

A partir desse dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.

*   *   *

Nossos filhos são Espíritos que trazem suas virtudes e suas paixões inferiores de outras existências. Cabe-nos examiná-las para auxiliá-los na consolidação das primeiras e no combate às segundas.

Todo momento é propício e não deve ser desperdiçado. As ações são sempre mais fortes do que as palavras.

Na condução dos nossos filhos, cabe-nos executar a especial tarefa de agir sempre com dignidade e bom senso, o que equivale a dizer, educar-nos.

Com exceção dos filhos extremamente rebeldes, uma boa dose de amor somada à energia, sempre dá bons resultados.

*   *   *

É no lar que recebemos os primeiros ensinamentos sobre as virtudes.

Na construção do senso moral, dos conceitos de certo e errado são muito importantes os exemplos dados pelos pais.

É no doce mundo familiar que se adquire o hábito da virtude que nos guiará as ações quando sairmos mundo afora.

 

Redação do Momento Espírita, com base no texto A
dívida de Bradley, de O livro das virtudes II – o compasso
moral, de William Bennet, ed. Nova Fronteira.
Em 25.1.2013.

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