Conta-se que, certa vez, o Imperador D. Pedro II recebeu uma carta de seus admiradores, que dizia que eles haviam decidido abrir uma lista a fim de angariar fundos suficientes para erigir uma estátua em sua homenagem.
D. Pedro leu com vagar a missiva. Depois, redigiu a resposta aos promotores do movimento, pedindo-lhes que aplicassem o produto da lista na instalação de escolas para o povo.
Entre outros apontamentos, escreveu: Senhores. Sabem como sempre tenho falado no sentido de cuidarmos seriamente da educação pública.
Nada me agradaria tanto como ver a nova era de paz, firmada sobre o conceito da dignidade dos brasileiros, começar por um grande ato de iniciativa deles a bem da educação pública.
Agradecemos a ideia que tiveram da estátua. Estou certo de que não serei forçado a recusá-la.
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Utilizar bem os recursos amoedados é demonstração de sabedoria. Empreender campanhas em prol dessa ou daquela causa também.
Sempre que nos prestarmos a arrecadar fundos, a colaborar para o bem geral, pensemos no que é mais apropriado.
Auscultemos as necessidades da localidade onde vivamos, e nos perguntemos: O que é mais importante?
Se o local está com lixo nas ruas, compete-nos lutar pela coleta de lixo, e educação aos moradores para que coloquem, em dias certos, em locais apropriados, bem acondicionado todo o lixo, a fim de ser recolhido.
Se a localidade onde residimos não dispõe de socorro médico algum, cabe-nos incentivar a instalação de um ambulatório, um posto médico, um pequeno hospital. Ao menos, para atender as situações mais emergenciais, os casos mais críticos, porque perder minutos no atendimento médico pode significar a morte.
Se observamos a criançada andando solta pelas ruas, rapidamente encetemos uma campanha pela instalação de uma escola.
Se a escola existe, verifiquemos se não está deficitária. Não estará necessitando de recursos materiais e humanos para poder atender a maior número de crianças?
Disponhamo-nos a ser voluntários nas horas da semana que nos sobrem e auxiliemos a escola.
Verifiquemos, em loco, o que de mais carece e lutemos por conseguir.
Se nos preocuparmos com a criança, hoje, instruindo-a, educando-a, amanhã, com certeza, teremos menos criminosos para punir.
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Dinheiro não é fator absoluto de felicidade, mas pode concretizar a felicidade de muitos.
Pode se transformar no remédio ao doente, na gota de leite à criança faminta, no teto ao velhinho sem família ou em abandono.
Pouco dinheiro pode comprar um pão, muito dinheiro pode abrir um negócio que empregue vários pais de família, a fim de que muitas crianças tenham pão à mesa. E não somente pão, mas frutas, verduras e uns docinhos extras.
Assim, toda a vez que o dinheiro circular por nossas mãos e nos sintamos motivados a realizar campanhas, pensemos sempre no mais necessário. Realizemos o melhor.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Pedro II e a instrução,
do livro Chico Xavier, D. Pedro II e o Brasil, de Walter José Faé, ed. Correio
Fraterno.
Em 21.1.2013.