No processo de educação, o grande mérito dos pais é burilar o caráter dos seus filhos, de uma maneira informal. É ir sedimentando nos corações infantis os valores morais e os sentimentos nobres.
Para isso, existem algumas dicas importantes. A primeira: nunca digamos para uma criança Não faça isso, sem lhe dar outra coisa para fazer.
Educar é corrigir. Corrigir é substituir uma forma de reação inconveniente por uma adequada. A criança tem prazer na ação. Para desviá-la da que não convém, é importante lhe sugerir a ação conveniente, a fim de não privá-la do prazer de agir.
Assim, em vez de falarmos: Não desça a escada correndo, digamos Desça os degraus um de cada vez. Vá devagar. A ordem é positiva e não impede a ação da criança de descer a escada.
Não digamos que uma coisa é ruim apenas porque incomoda. A qualificação de uma coisa em boa ou ruim é importante para a criança, na formação de sua capacidade de julgamento.
Se a coisa é ruim, é necessário dizer o motivo, de modo compreensível para a criança. E essa razão deve estar na coisa em si e não somente porque desagrada o adulto.
Não interromper o que uma criança está fazendo, sem avisá-la com antecedência.
A criança tem prazer na ação, insistimos. Interromper, de repente, algo que ela esteja fazendo, lhe causará violenta emoção.
Observemos como o bebê reage, chorando, quando alguém simplesmente vem e lhe arranca das mãos o brinquedo com que ele se distraía.
Conversemos sempre, expliquemos. E não pensemos que a criança não entende. Respeitemo-la.
Quando estiver no parquinho, e for o momento de ir embora, não digamos simplesmente Acabou, vamos embora.
Avisemos uns minutinhos antes, dando-lhe tempo, por exemplo, para uma última descida pelo escorregador. Ou apanhar com calma os brinquedos na areia. E se despedir dos amiguinhos com os quais brincava.
Dessa forma, haverá menos choro e mais tranquilidade. A criança sentirá que tem certo domínio sobre o tempo, enquanto lhe estamos repassando também a lição da responsabilidade, pois ela terá que respeitar o trato feito.
Finalmente, não prometamos o que não desejemos cumprir. Para a criança, prometer é começar a realizar.
Se a promessa não se cumprir, haverá uma frustração. Ela sentirá como se tivesse sido privada de alguma coisa e isso dá origem à descrença.
Deixará primeiro de crer nos pais. E, ao crescer, passará a ter a mesma descrença com as pessoas com as quais se relacionar, transformando-se em um adulto desconfiado e solitário.
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Pais e mães: abençoemos nossos filhos, a cada manhã, a cada anoitecer, com nosso carinho e cuidados.
Orientemos os nossos pequenos para que cumpram seus nobres destinos na Terra, honrando a confiança do Criador ao nos destinar ao lar suas criaturas.
Mantenhamos nossos rebentos, sob nossos cuidados, um pouco mais, ensinando-lhes, desde cedo, as noções do respeito, da disciplina e do amor.
Abençoemos nossos filhos com a correta educação, preparando-os para serem felizes desde hoje.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 12, do livro
Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul
Teixeira, ed. Fráter e no texto Os dez mandamentos para pais e mestres,
do Encontro Estadual sobre a família, da Federação Espírita do Estado
do Rio Grande do Sul, de 26 a 27 de abril de 1997.
Em 22.1.2013.