Ela era uma garota como tantas outras da sua idade. Alimentava os sonhos com os raios da esperança dos seus onze anos incompletos.
Feliz, vivia entre o carinho dos pais no lar, as travessuras com os irmãos, a escola e o círculo de amigos.
Um dia, contudo, sentiu-se muito mal e foi levada ao hospital. Depois de dias de internamento, exames especializados e muita medicação, veio o diagnóstico: ela era portadora de câncer nos pulmões.
Os médicos pensaram em submetê-la a uma cirurgia para extração dos nódulos cancerígenos, mas verificaram ser inviável.
Começaram, então, as sessões incômodas de quimioterapia. Vendo-a definhar, a olhos vistos, os pais imaginaram que a criança poderia ter algum grande desejo que deveria ser realizado, antes de sua morte.
E ela tinha um grande sonho, sim. Era conhecer a Casa Branca, na capital americana. Os pais procuraram uma agência, dessas do tipo Ilha da Fantasia, que se esmera em realizar sonhos das pessoas e conseguiram, afinal, que a pequena visitasse a Casa Branca.
Já bastante debilitada pela enfermidade, ela foi conduzida pelos pais, em uma cadeira de rodas até a Casa Branca.
Adentrou-a, emocionada. Era dali, daquele local que emanavam as ordens, as leis que regiam a grande nação americana.
Ela visitou várias salas, sendo-lhe explicado o que acontecia em cada uma delas. Até que, finalmente, chegaram ao salão oval.
Ela não se cansava de admirar cada detalhe e seus olhos brilhavam na face pálida e cansada. Por alguns instantes, seus pais a deixaram a sós.
Então, uma porta especial se abriu e um homem de passos firmes caminhou até ela. Quando chegou bem à sua frente, ajoelhou-se e lhe tomou as mãos miúdas entre as suas.
Os olhos claros e profundos do homem ajoelhado penetraram os da pequena doente que, ao descobrir que se encontrava frente ao Presidente dos Estados Unidos, abriu os lábios num sorriso trêmulo e balbuciou:
Senhor Presidente, é uma honra conhecer o senhor.
Ao que ele, com a voz tomada pela emoção, respondeu:
De forma nenhuma. A honra é toda minha em conhecer uma jovem americana tão corajosa como você. Você tem apenas onze anos e na sua dificuldade de saúde está dando uma grande lição de coragem e de civismo.
* * *
Todos os grandes homens sabem avaliar com exatidão a importância dos pequenos gestos. Todos os grandes homens administram, de tal forma, o seu tempo que podem dispor de alguns minutos para atender um sonho infantil, saciar um grande desejo de uma garotinha prestes a morrer.
Todos os grandes homens conhecem a importância das pequenas coisas.
Foi por esse motivo que Jesus, o Mestre Incomparável, para as Suas lições magistrais, se serviu das coisas pequenas, muitas vezes esquecidas, como a erva do campo, os lírios, moedas, ovelhas, redes e peixes.
E testificou a Sua grandeza acarinhando as crianças do povo, num final de tarde inesquecível, atraindo-as para Si e pedindo: Deixai vir a mim as criancinhas.
Redação do Momento Espírita, com base em
documentário televisivo de 15.03.2001.
Em 27.12.2012.