Foi logo após a cura do coxo, à entrada do Templo. A notícia do feito se espalhou com rapidez e alcançou os ouvidos das autoridades da governança.
Receosos com o efeito do fato, resolveram providenciar para logo a prisão dos dois apóstolos responsáveis. Enviaram seus soldados e trancafiaram em torpe prisão aos dois galileus: Pedro e João.
A reação dos que detêm o poder e temem a verdade é sempre a mesma: intimidar, ameaçando ou buscando vencer aqueles que a apresentam.
Quando não a conseguem vencer, a sua estratégia é a de silenciá-la, inutilizando os seus porta-vozes.
Porque fosse noite, ambos foram colocados no cárcere para, no dia seguinte, enfrentarem minucioso interrogatório, diante do próprio enfermo recuperado, saudável.
Pedro, interpretando as vozes celestes que o inspiravam, não se deixou intimidar. Exaltou o Cristo. Não há salvação em nenhum outro, afirmou, porque dentre os homens Ele é o maior.
Os juízes e as demais autoridades assombraram-se com a coragem de ambos. Havia exatidão no verbo do apóstolo Pedro.
Não detectaram, em verdade, qualquer crime ou erro passível de punição em Pedro e João. Além do mais, temiam a reação do povo.
Resolveram, portanto, libertá-los sob uma condição: de não mais se referirem a Jesus, o Cristo.
Os interrogados lhes responderam então: Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.
O silêncio lhes era impossível.
Podiam perder o corpo mas não poderiam deixar de divulgar a verdade.
A verdade é transparente como a luz do amanhecer. Procede de Deus e a conduz o pensamento.
Por isso, é impossível o seu silêncio.
Haveriam de chegar as perseguições, os seguidores do Cristo perderiam seus corpos, mas não haveriam de se calar.
Jesus afirmou que a verdade liberta, porque impõe responsabilidade e dever.
Em todos os tempos, homens houveram que pretenderam possuí-la e a reter. No entanto, a verdade procede do amor e se expressa em paz. A sua proposta é clara e terminará por impregnar as mentes e acolher-se nos corações de todos os homens.
Por isso mesmo, é impossível o seu silêncio. Abraçá-la significa abdicar da ignorância e se torna possível ser feliz, desde o hoje.
* * *
A coragem é consequência natural da fé e não significa desatino, temeridade, irreflexão.
A coragem é calma, segura, fonte geratriz de equilíbrio que fomenta a vida.
A coragem é essa energia que sustenta, essa força moral que conduz ao êxito.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Silêncio
impossível, do livro Dias venturosos, pelo Espírito Amélia
Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal e no
verbete Coragem, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. Leal.
Em 10.12.2012.