Dia 19 de julho é o dia da caridade. Ante o evento, convém nos indagarmos o que entendemos por caridade.
Interrogados a respeito do verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus, responderam os mensageiros espirituais: Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Elucidando o conceito, o mestre lionês Allan Kardec teve oportunidade de dizer: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, aquele que desejaríamos nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amai uns aos outros, como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores.
Ela nos manda ser indulgentes porque temos necessidade de indulgência, e nos proibe humilhar o infortunado, ao contrário do que comumente se pratica.
Se um rico nos procura, atendemo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos incomodar com ele.
Entretanto, quanto mais lastimável é sua posição, mais devemos temer lhe aumentar a desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.
Observa-se que o vocábulo tem um sentido muito além do que comumente pensamos, quando acreditamos que dar esmolas é o suficiente para estarmos bem conosco mesmos.
O homem obrigado a esmolar se degrada moral e fisicamente: se embrutece.
A verdadeira caridade, portanto, não está tanto no que se dá, mas na maneira de fazê-lo. Quando prestamos um serviço com delicadeza tem duplo valor. Se o fizermos com altivez, pode acontecer que a necessidade do outro o faça aceitar, mas o seu coração não será tocado.
E devemos lembrar ainda que manchamos a caridade com o orgulho, quando desejamos que os demais saibam o que fazemos. Nesse sentido, a ostentação apaga perante Deus o mérito do benefício.
Esquecemos de que Jesus ensinou: Que a vossa mão esquerda ignore o que faz a direita.
Mais ainda, ao simplesmente darmos ao que nos pede, não nos lembramos de que o mais necessitado nem sempre é o que pede: o temor da humilhação faz com que o verdadeiro pobre quase sempre sofra sem se queixar, sem nada pedir.
A buscar a esses e a atendê-los é o que a verdadeira caridade nos conclama.
* * *
Jesus encerrou em dois mandamentos toda a Lei Divina, prescrevendo o amor a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo.
Redação do Momento Espírita, com base nos itens 886, 888 e
888ª, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec e no item IV, do cap.
XV, do livro O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec,
ambos edição Feb.
Em 3.12.2012.