Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Defesa pessoal

É comum, na atualidade, face ao aumento da violência reinante, que as criaturas cogitem portar armas ou tê-las em casa, para uma eventualidade.

Tais pessoas não se apercebem da inutilidade da medida. Mais do que isso, quando alguém passa a portar arma, está se condicionando, predispondo-se a utilizá-la. E nunca a violência mostrou ter sanado a violência.

Armas em casa têm trazido, até agora, maior soma de dores e transtornos.

São inúmeros os casos de crianças que, curiosas, acionam armas dos pais ou irmãos maiores, ferindo-se ou ferindo a outros. Às vezes, mortalmente.

Vários são também os casos de pais que acionaram gatilhos contra os próprios filhos, retornando ao lar altas horas da noite, pensando se tratar de assaltantes.

Ao abordar a questão, o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, recebeu dos Espíritos a resposta de que só a necessidade pode desculpar o assassinato.

Se pudermos, dizem, preservar a nossa vida sem atentar contra a do agressor, é o que devemos fazer.

Ora, quando alimentamos a ideia de ferir a outrem, se formos agredidos, descemos ao nível do criminoso. Além disso, sintonizando com faixas de agressão, passamos a ser alvo muito fácil de agressores de toda sorte.

Os adeptos do bateu, levou dizem que agem com agressividade porque já aguardavam a agressão do outro.

Explicam que preferem desferir o primeiro golpe, antes de que o outro o faça.

O que ocorre é que a violência sempre gera maior carga de violência.

Os outros agridem porque também agrediríamos se nossa fosse a chance. Magoam porque faríamos o mesmo se tivéssemos a oportunidade.

É importante que não sejamos nós os violadores, os agentes do mal.

O orador espírita Divaldo Pereira Franco narra interessante experiência pessoal. O assaltante lhe coloca uma faca ao pescoço, em plena rua, e tenta agredi-lo.

Ante a calma que busca aparentar, explicando nada ter para dar, nem o relógio, que esquecera sobre a mesa, em casa, o criminoso cede e é convencido a ir até o apartamento onde se hospedava Divaldo.

De pernas bambas, pelo susto que tomara, Divaldo é amparado pelo quase assaltante.

Um longo papo, um café, um telefonema que aciona companheiros espíritas, um confrade que se oferece para empregar o rapaz em desespero e eis um amigo conquistado. Um bandido a menos nas ruas.

A melhor técnica, portanto, de defesa pessoal é a confiança em Deus, a vida nobre, o desarmamento íntimo. Revidar mal por mal é nos tornarmos iguais ao mau.

Desarmarmo-nos interiormente - eis uma grande decisão. Afinal, vivemos prevenidos uns contra os outros, sempre com a palavra ferina e o gesto de revide.

Gandhi e Jesus foram grandes defensores do não revide, da não violência, num mundo de homens violentos em que viveram.

Deixaram-se imolar em nome desse ideal.

*   *   *

Não esqueçamos de que o agressor está perturbado e uma reação violenta, de nossa parte, somente agravará a situação, que poderá acabar em tragédia.

A tranquilidade do agredido infunde paz no violento, que se desarma do ódio e se dá conta da sua hostilidade sem justificativa.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap.
17, do livro
Pelos caminhos de Jesus, pelo
Espírito Amélia Rodrigues, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.

Em 29.1.2021.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998