Qual sua opinião sobre os programas da nossa televisão? A pergunta dirigida a uma dezena de pessoas, com certeza revelará uma dezena de opiniões diferentes. Um dirá que lhe satisfazem, outro que necessitaria haver mais esporte na programação. Alguém falará que deseja mais filmes, outra ainda lamentará as reprises.
Em um ponto, no entanto, é possível se encontrar ideias semelhantes. É no que diz respeito à excessiva dose de violência e sensualidade de muitos programas.
Os veículos de comunicação, como a televisão, os jornais escandalosos, o cinema, a arte cênica, as revistas de exploração erótica abundam. Há quem os acuse, de forma veemente, pela dissolução ética da atualidade, pelas ocorrências da loucura de cada hora.
O sistema condenatório é muito antigo no mundo. É forma corrente de se furtar à própria responsabilidade.
Ninguém descarta a influência infeliz dos veículos de comunicação de massa, entretanto, tais veículos também podem servir para a disseminação da luz.
O instrumento em si não é bom, nem mau. Quem o utiliza, quem dele se serve é que lhe confere o direcionamento.
E afinal, quem seleciona o noticiário mesquinho, quem promove os espetáculos deprimentes, quem cria e lança ao ar os maus programas?
São homens e mulheres, todos seres saídos dessa ou daquela família, que passaram por uma instituição educacional.
Conclui-se, portanto, que toda gama de alucinação, de violência ou de pornografia que vasa no mundo é produto do elemento humano, não educado para os altos objetivos da vida.
Almas que assim destilam suas produções infelizes foram crianças e jovens relegados à desorientação moral, em tempos distantes ou nos dias presentes. Não são outros senão nossos pais, irmãos, esposos, amigos, filhos, os responsáveis pela deformação das mentes, através dos diversos canais comunicadores.
Perante a tentação de culpar os meios de comunicação como os únicos responsáveis pela dissolução que vige, perguntemo-nos como temos realizado nosso papel de educadores junto à criança e ao moço.
Temos mantido fidelidade aos compromissos domésticos?
Estamos atendendo, de forma devida, aos nossos deveres, frente à vida, demonstrando aos nossos educandos a sua seriedade?
Conseguimos renunciar aos próprios vícios e enganos, a fim de orientar nossos pequenos em dignas jornadas?
Quanto tempo temos dispendido para assistir, com nossos meninos e jovens, os vários programas que constituem seu deleite?
Temos nos sentado com eles e lhes proposto uma análise do que veem e ouvem, pelos vários meios de comunicação?
Quantos fazemos da televisão a nossa babá? Barata e cômoda. E enquanto ficamos felizes com o êxtase em que os pequenos e adolescentes entram com programas que lhes despertam sensualidade, agressividade, eles vão digerindo informações amorais ou imorais, em verdadeira lavagem cerebral.
Cuidemos dos nossos rebentos hoje, enquanto é tempo. Primemos por lhes formar o caráter nos valores legítimos e nobres da vida cristã.
Então, estaremos não somente zelando por nossos filhos, nosso lar, mas igualmente colaborando para que em breve os que comandarem a programação televisiva, radiofônica, cênica ou cinematográfica o façam com critérios dignos da verdadeira arte, que prima pelo bom e pelo belo.
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A criança é a coluna viva do porvir. Avançará com as características que lhe impomos. Crescerá com a retidão ou com as sinuosidades que lhe traçamos ao desenvolvimento. Devolverá depois o que estiver recebendo agora.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.11.2012.