Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Autoengano

O ser humano é hábil na arte de autoenganar-se.

Movido pela própria fraqueza ou pela vontade de autoiludir-se, inventa mil maneiras de ficar bem consigo mesmo, usando recursos falsos.

Existe aquela pessoa que está sempre atrasada e não tem vontade de se corrigir e por isso lança mão de um artifício de autoengano, adiantando o próprio relógio para não perder mais a hora.

Algumas, por saber que o relógio está adiantado, dorme mais um pouco e acaba se atrasando do mesmo jeito.

Outras acreditam na própria mentira e se levantam alguns minutos antes.

Há pessoas que, na tentativa de suprir suas carências e insatisfações, buscam envolver-se mais e mais com pessoas que lhes preencham o vazio interior.

Enganam-se a si mesmas, pois essa eterna busca só acontece por causa da insatisfação.

Uma pessoa feliz não precisa dessa busca desenfreada por companhia. É, como se diz, uma pessoa bem resolvida. Autoconfiante, segura do que quer e do que faz.

Outra maneira de autoenganar-se são as dietas, prescritas por médicos ou não.

Pessoas portadoras de diabetes, por exemplo, que estão proibidas de comer açúcar e o fazem às escondidas...

A quem pensam estar enganando, senão a si mesmas?

Se uma pessoa decide fazer um regime para perder peso e come, às pressas, algum alimento que não consta na lista, quando não tem ninguém olhando, está se autoenganando.

Se alguém nos ofende e passamos a nutrir por esse alguém grande ódio, estamos nos iludindo com a ideia de que, ingerindo veneno, prejudicaremos o nosso agressor.

O corrosivo do ódio destrói primeiro quem o fabrica.

As táticas de autoengano são muitas e sempre demonstram a inferioridade de quem as utiliza.

É, no mínimo, infantilidade acreditar nas próprias mentiras.

Ademais, a prática da autoilusão retarda o progresso do ser e o infelicita, ainda mais.

Aquele que pensa ser livre para fazer o que quiser e quando quiser, sem ter que prestar contas dos seus atos, está se autoenganando, pois a Justiça Divina não isenta ninguém de colher os frutos do que semeou.

Há pessoas para as quais o autoengano chega a tal ponto, que dizem: Se eu morrer um dia...

Nem imaginamos o que as faz pensar que viverão eternamente no corpo físico, pois até Matusalém, o personagem que, segundo a lenda, teria durado novecentos e sessenta e nove anos, morreu um dia.

Existem pessoas que realmente acreditam que a morte jamais as escolherá e vivem a ilusão de que não precisam pensar no que lhes vai acontecer do outro lado do túmulo.

Pessoas que pensam assim perdem a oportunidade de viver conscientemente e cruzar a aduana do túmulo com a lucidez de um ser imortal.

Quando a morte chega, as encontra como crianças que brincam de viver e vivem a autoilusão de que não há horizontes além do plano físico.

Por todos esses motivos, vale a pena retirar o véu intencionalmente colocado sobre a própria razão.

Como afirmou Jesus de Nazaré: É preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

E se Jesus fez essas observações é porque não basta ter olhos e ouvidos. É preciso querer ver e ouvir.

E isso depende da vontade de cada um.

Como diz o ditado popular:  A pior das cegueiras é a daquele que não quer ver.

Pense nisso!

E não esqueça de consultar sempre a própria consciência, com desejo sincero de evitar possíveis táticas de autoenganar-se.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 10.09.2012.

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