Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Segundo a narrativa evangélica, pouco antes de ser preso, Jesus deu várias instruções a Seus discípulos.

Alertou-os sobre os perigos da jornada, incentivou-os, orientou-os.

Em dado momento, Judas Tadeu indagou-Lhe:

Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?

A perplexidade do Apóstolo tinha razão de ser.

Um dos fatos mais surpreendentes do Cristianismo é a posição escolhida pelo Salvador.

A fim de anunciar as verdades eternas, Jesus não busca posição de destaque.

Ele não aparece em decretos sensacionais ou em troféus revolucionários.

Não surge no mundo em um palácio, tendo príncipes por pais.

Sequer na riqueza procura Se colocar.

Imagina-se que uma posição privilegiada lograria favorecer Sua tarefa.

Mas Jesus chega em paz à manjedoura simples.

Exemplifica o trabalho e conversa com alguns homens obscuros de uma aldeola singela.

Apenas com isso, prepara a transformação da Humanidade inteira.

Para o mundo incrédulo e materialista, todavia, a pergunta de Tadeu ainda é de plena atualidade.

As criaturas vulgares só entendem os que se impõem aos demais.

Apenas compreendem espetáculos que ferem a visão.

Impressionam-se tão só com os gestos teatrais dos que dominam por um dia.

Contudo, esquecem-se de que o poder mundano sempre possui a marca da transitoriedade.

Todos os que o exercem caminham para o túmulo e para o esquecimento.

Jesus, todavia, falou à alma imortal.

Além disso, provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus.

Com reduzidos recursos externos, modificou o mundo.

Para tal, bastaram-lhe os princípios edificantes e simples, uma aldeota sem nome e alguns poucos amigos.

O homem de boa vontade sabe que foi esse o material com que o Cristo iniciou a remodelação da vida terrestre.

Essa constatação enseja vastas reflexões.

Muitas vezes, as criaturas clamam contra a Providência.

Reclamam que possuem pouco ou são muito exigidas.

Sustentam desejar fazer e viver o bem, mas que a vida não as auxilia.

Entendem que somente com grandes facilidades conseguiriam cumprir o papel que lhes cabe.

Em sua visão, apenas com dinheiro, beleza e benefícios, os mais diversos, poderiam seguir um caminho ascendente.

Entretanto, olvidam-se do exemplo de Jesus.

Ele demonstrou ser necessário bem pouco para fazer o que realmente importa.

Assim, quem exige ou espera grandes recursos está focado em questões transitórias.

Embora o discurso possa ser outro, desejam atender seus apetites e brilhar no mundo.

Caso desejem realmente ser úteis, os recursos de que dispõem são suficientes.

Para aprender a perdoar, a servir e a entender, as necessidades não são vastas.

Para fazer o genuinamente importante, pouco costuma bastar.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.134, do livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 20.12.2022.

 

 

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