Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Cego de Jericó

O Evangelho de Lucas contém a passagem do cego de Jericó.

Segundo ele, perto de Jericó, havia um cego assentado junto do caminho, mendigando.

Ao ouvir passar a multidão, perguntou o que era aquilo.

Responderam-lhe que Jesus, o Nazareno, passava.

Imediatamente o cego clamou, dizendo:

Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.

Os que passavam o repreendiam para que se calasse.

Mas ele clamava ainda mais alto pela misericórdia do Cristo.

Então, Jesus parou e mandou que lhe trouxessem o pedinte.

Quando esse foi posto ao Seu lado, indagou o que queria que lhe fizesse.

O cego respondeu: Senhor, que eu veja.

Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.

O mendigo, imediatamente, passou a ver e a seguir Jesus, glorificando a Deus.

*   *   *

Essa narrativa enseja interessantes reflexões.

Retrata qual deve ser o propósito dos seres em evolução, perante as bênçãos celestes.

Um miserável se encontrou com o representante da Misericórdia Divina na Terra.

Nessa oportunidade tão magnífica, ele pediu para ver.

O objetivo desse cego honesto e humilde deveria ser o de todos os homens.

Mergulhados na carne ou fora dela, com frequência, se assemelham ao pedinte de Jericó.

O trabalho da vida os chama, apela por eles com veemência.

A luz do conhecimento os abençoa.

O afeto da família os sustenta.

As oportunidades se apresentam, instigantes e preciosas.

Mas eles permanecem indecisos, à beira do caminho.

Quedam inertes, sem coragem de marchar para a realização elevada que lhes compete atingir.

É como se esperassem facilidades imensas.

Como se o trabalho do bem devesse ser feito por privilegiados.

Nesse contexto de preguiça e covardia, por vezes, surge uma revelação espiritual.

De algum modo, dá-se a aproximação com a esfera psíquica do Cristo.

Então, o mundo se volta contra eles.

Esse movimento repressor pode se dar das mais variadas formas.

Pode ser na figura de convites a viver com leviandade.

Ou mediante o discurso desanimador quanto à vitória do bem.

De um modo ou de outro, eles são induzidos à indiferença para com o bem maior.

Então, muito raramente sabem pedir com sensatez.

Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho referido pelo evangelista Lucas.

Não é preciso e nem conveniente comparecer diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas.

Não é sensato pedir por facilidades, influências ou riquezas as mais diversas.

Basta que se lhe peça o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo.

Que o Senhor conceda o dom de enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça.

Com esse dom, cada qual possuirá o necessário à própria alegria imortal.

Pense nisso.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 31.08.2012.

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