Num mundo em que muitos relacionamentos afetivos são superficiais e os sentimentos desconsiderados, é bom saber que o amor verdadeiro existe.
E que, apesar de parecer o contrário para quem, de forma apressada, tome ciência dos noticiários e das manchetes, existem casais que permanecem juntos por toda a existência.
Um baiano conta que, quando era jovem, morou em uma pensão na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais.
Embora de forma respeitosa, costumava namorar as moças que moravam na mesma pensão.
Certa vez, ele teve um namorico com uma hóspede novata que ficou na cidade por três meses.
Ao retornar para a sua cidade de origem, já saudosa por deixar o namorado para trás, ela chamou a filha da dona da pensão e lhe fez um pedido inusitado:
Estou voltando para minha terra. Sei que você e Luiz são amigos. Pode tomar conta dele para mim?
Embora estranhando o pedido, a filha da dona da casa prometeu que atenderia o pedido.
Bom, conta Luiz, com um largo sorriso no rosto, ela tomou conta de mim, de verdade. Fiel à promessa, toma conta até hoje, desde o nosso casamento, ocorrido há mais de quarenta anos.
Uma senhora de São Luís do Maranhão, por sua vez, conta que na infância conheceu um menino.
Quando cresceu nunca se interessou por ele, porque era baixinho e do interior.
Aos dezoito anos, ela foi para o Rio de Janeiro, onde se casou. Contudo, aos vinte e cinco anos ficou viúva, com quatro filhos pequenos, com idade entre um e seis anos.
Resolveu voltar para o Nordeste, para perto de sua família. Empregou-se na secretaria de um hospital.
Certo dia, ao levantar a cabeça, viu um homem sorridente, de jaleco branco, que não parava de olhá-la.
Como que hipnotizada, ela se levantou e caminhou até ele. O coração batendo depressa, reconheceu nele o antigo companheiro de infância.
Dez anos haviam se passado desde a última vez em que se tinham visto.
O namoro logo começou. E, apesar da família não concordar que ele se unisse a uma viúva com quatro filhos, o matrimônio aconteceu.
Hoje, diz Maria de Jesus, passados mais de trinta anos, temos seis filhos e nove netos.
Todos os dias agradeço a Deus por ter me dado esse marido que, apesar dos anos vividos juntos, ainda diz todos os dias que me ama e como sou importante na vida dele.
* * *
O romantismo existe. O amor persiste.
O amor é imbatível no seu objetivo e indestrutível na sua constituição.
O amor é grato e generoso, felicitando as criaturas. Santifica e eleva o ser do nível da necessidade ao patamar da abundância.
Permita-se amar sempre. E lembre, por fim, que o amor está sempre aberto e receptivo para as comunicações emocionais.
Pode ser um olhar gentil, um gesto afável. Uma comunhão saudável e plenificadora.
Faça da sua relação de amor um poema de felicidade. Cuide do ser amado com o carinho de quem sabe que o jardim somente floresce se for bem cuidado.
Ame e compreenderá a bênção do companheirismo, do relacionamento gentil, pelo que você experimente e pelo que transmita ao outro.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Eu, tu... nós,
de Seleções Reader's Digest, de junho/2004 e no cap. 7 do livro
Garimpo de amor, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 17.12.2022.
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