Na hora de acertar uma multa por infração no trânsito, qual é a nossa atitude? Reconhecemos o erro, pagamos ou tentamos, de alguma forma, escaparmos a isso?
O gesto de burlar a lei por meio do suborno caracteriza uma sociedade em atraso, que institui uma legislação com o objetivo de transgredi-la.
Assim, encontramos tristes e variados exemplos de condutas ilegais ou imorais que acabam por se incorporar aos atos de muitas pessoas a ponto de considerarem tudo normal, porque todo mundo faz...
Se oferecermos presentes para funcionários públicos na tentativa de que acelerem processos, passando para trás outros que aguardam o encaminhamento, estamos nos enquadrando como corruptos ativos.
Se comissionamos os encarregados de compras nas empresas para que deem preferência a determinado produto, mesmo que seu preço e qualidade não sejam os melhores;
se, quando à frente de sindicatos nos permitirmos receber apoio financeiro a fim de convencermos os trabalhadores sindicalizados a concordar com propostas nem sempre justas e verdadeiras;
se, enquanto programadores de rádio ganharmos verba de divulgação das gravadoras para que promovamos em especial algumas canções, sem importar-nos com seu conteúdo e qualidade artística;
se nos permitirmos, em algum momento, embolsar quantias a fim de deixar passar produtos contrabandeados;
se como vereadores, deputados, senadores, vendermos nosso voto em interesse de grupos econômicos...
Talvez nos tenhamos encaixado em algum dos exemplos citados e desejemos dizer que não temos culpa, que o sistema é assim mesmo...
Procuremos, então, nos colocar no lugar das pessoas lesadas por esses gestos aparentemente tão comuns.
Acharíamos justo, depois de esperar pacientemente os trâmites legais, que alguém recebesse tratamento especial e fosse passado na nossa frente, numa repartição pública?
Se fôssemos dono de uma empresa, acharíamos bom que nosso funcionário, que é remunerado por nós, recebesse caixinha para preferir comprar os produtos de um determinado fornecedor?
Se fôssemos artista, acharíamos justo não executarem nossa música de qualidade, em preferência à outra ruim que está sendo paga para tocar?
Ficaríamos alegres ao ver que alguns contrabandistas não enfrentam problemas na aduana, enquanto nós precisamos pagar todas as taxas?
Voltaríamos a eleger o político que enriquece vendendo sua alma?
Se acreditarmos que não tem jeito, que o mundo é dos espertos, infelizmente fazemos jus às loucuras desse mesmo mundo.
Mas não nos iludamos, acreditando que alguém permanecerá impune.
Antes as leis de equilíbrio que governam a vida universal, cedo ou tarde, cada um de nós responderá pelos equívocos que praticar, pelos males que provocar, pois, como disse o Cristo: Nem o céu e nem a Terra passarão até que se cumpra toda a lei.
Redação do Momento Espírita.
Em 24.7.2012.